Como gigantes da tecnologia invadiram a escola pública abocanhando recursos, apropriando-se de dados pessoais e solapando a autonomia docente
Durante a pandemia, sem consultar a comunidade escolar, ignorando soluções alternativas e a privacidade dos(as) usuários(as), o então secretário Renato Feder deu início à adoção em massa de plataformas digitais na rede estadual de educação.
Não foi um fenômeno local, mas a escala da plataformização no Paraná encontra poucos paralelos no país. Hoje, aplicativos e sites de uso obrigatório controlados por empresas são acessados por cerca de um milhão de estudantes e professores(as) diariamente.
O contingente representa uma imensa base de dados, até então sob a guarda do Estado, entregue de bandeja a agentes que sobrevivem da extração em massa e análise de informações pessoais para obter lucro.
A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), em vigor desde 18 de setembro de 2020, destaca a prioridade absoluta de crianças e adolescentes, assegurando o direito à privacidade de informações sensíveis, incluindo o desempenho pedagógico.
Não há notícias de que o governo do Paraná esteja preocupado. Mas os(as) professores(as) estão. De acordo com a pesquisa “Plataformização da Educação”, realizada pela APP-Sindicato e o Instituto IPO, 86,7% dos(as) educadores(as) concordam que as plataformas atendem a interesses da iniciativa privada.
Fonte: APP Sindicato