Por Venâncio de Oliveira
33,1 milhões de brasileiros de brasileiras e brasileiras vivem em insegurança alimentar grave no Brasil. Os preços continuam crescendo e para piorar, há uma queda constante da produção de feijão. E o custo de vida continua a piorar. Essa catástrofe econômica e social não é um problema da crise da guerra da Ucrânia e do COVID, ou de alguma tendência natural, ou dos governos passados. É um problema desse modelo e desse governo.
O golpe trouxe à tona com mais força uma agenda de retrocessos tremendos no país e o resultado está na gondola com preços caros. Está na rua com pessoas que estão passando cada vez mais fome. Está nas crianças que comem menos nas escolas. Por um lado, o mercado dita as regras na política de preços da Petrobrás e/ou aumenta o preço dos alimentos, pois planta o que tem retorno financeiro.
É o mercado à deriva. Segundo economista Karl Polanyi, o mercado autorregulado, ditando as regras do jogo, poderia levar a um colapso societal e às catástrofes humanas como foram as guerras do século XX. E hoje, reforçamos isso. Não ter oferta de feijão o suficiente, é resultado da ausência do Estado em garantir estoques reguladores em momentos de crise, em garantir apoio ao pequeno produtor no escoamento da produção. Por outro lado, quando há intervenção econômica, é a favor dos interesses dos ricos e poderosos, como é a lei que reforça a possibilidade de o banco expropriar as casas. Ou intervém em retirar direitos conquistados, como é o caso de diminuir o repasse de merenda para as crianças.
O mercado não pode ditar a lógica social, pois sua forma de distribuir trabalho social se expressa na atual escalada de pobreza e fome, enquanto, alguns enriquecem exportando tudo o que temos para o exterior, seja o lucro da Petrobrás, o milho, a carne, etc. E definitivamente o inimigo que dá suporte hoje para esse mercado, é Bolsonaro e o bolsonarismo. Não apenas, mas precisamos derrotar um inimigo por vez.