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Centenas de pessoas participaram nesta quarta-feira (1) de um ato em apoio ao povo palestino organizado em Curitiba pelo Comitê Árabe-Brasileiro Solidariedade Paraná. Os manifestantes se concentraram na Praça Santos Andrade na frente da Universidade Federal do Paraná por volta das 18 horas e, depois de uma caminhada com muitos gritos, cartazes e bandeiras da Palestina chegaram à Boca Maldita para o comício final. O motivo que uniu estudantes, trabalhadores, aposentados e militantes de vários partidos progressistas foi o pedido de cessar-fogo entre Israel e o Hamas.
“Queremos corredores humanitários, cessar-fogo imediato e garantia de água e comida para o povo palestino. Essas são as condições mínima para poder discutir de um processo de paz”, disse um dos integrantes do Comitê Árabe-Brasileiro, organizador da manifestação, que se apresentou à reportagem como Chico.
O grupo defendeu a interrupção das relações entre o Brasil e o Israel. “É o mínimo, porque não podemos aceitar o genocídio que está acontecendo na Faixa de Gaza”, disse Chico, ao convidar a população de Curitiba a participar de um ato maior marcado para este sábado (4).
“Esta data é o dia mundial de solidariedade à Palestina. Estamos organizado manifestações em todo o país, em particular nas principais capitais”, concluiu ele, adicionando que ainda não há um horário confirmado mas que provavelmente o ato será organizado pela manhã no Centro de Curitiba. “O nosso objetivo é envolver a comunidade árabe de Curitiba”, afirmou o organizador várias vezes durante seu comício na Boca Maldita.
Além das bandeiras partidárias, os manifestantes levaram muitos cartazes em apoio ao povo palestino e também as tradicionais keffiah, o famoso lenço quadrado usado em volta da cabeça que se tornou o símbolo da luta na Palestina. Uma resistência que enfrenta uma dura repressão por parte do Estado de Israel. Esta é a visão de Rose, uma brasileira convertida ao Islã há doze anos. “Já não é uma luta por um território, é um genocídio mesmo. O que a maioria das pessoas não entende é que não é uma questão religiosa porque entre os palestinos não há somente muçulmanos mas também cristãos e inclusive evangélicos”.
Outro tema controverso abordado pelos manifestantes é a diferença entre a solidariedade com a luta do povo palestino e o apoio ao grupo terrorista Hamas: “Eu não nasci no mundo islâmico mas aprendi sobre o islã quando me converti e posso dizer que nossa religião não prega este terrorismo. As pessoas que fazem terrorismo não nos representam”, disse Rose.
Apesar de a passeata ter sido pacífica, um pequeno grupo de manifestantes queimou uma bandeira dos Estados Unidos e outra de Israel pouco antes de chegar à Rua XV de novembro. A demonstração, porém, foi repudiada pela maior parte dos manifestantes.
Nos próximos dias, o Comitê Árabe-Brasileiro informará por meio de suas redes sociais sobre o horário do próximo ato.
Fonte: Jornal Plural