O Comando Nacional dos Bancários formalizou nesta quarta-feira (15) a entrega da pauta de reivindicações e espera o início da discussão com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). A expectativa é de que a primeira rodada ocorra ainda neste mês. Na questão econômica, os representantes do trabalhadores querem reajuste com base no INPC e 5% de aumento real. Uma caminhada pelo centro de São Paulo, de manhã, marcou o início da campanha.
“Os bancos lucram na crise com a miséria da população. E ganham também reduzindo seu quadro de funcionários: foram eliminados mais de 6 mil postos de trabalho nos cinco maiores bancos durante a pandemia”, afirmou a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, que também é uma das coordenadoras do comando. “Enquanto os lucros somaram R$ 27,6 bilhões, com alta média de 15,4% em 12 meses, você acha que os bancos não têm condições de dar aos trabalhadores aumento real de 5%?”, questionou. “Mais do que recompor a inflação, os bancários, que trabalharam para garantir lucros bilionários aos bancos, querem ter aumento real em seus salários e a manutenção de todos os direitos previstos na convenção coletiva em vigência.”
Na conferência nacional da categoria, realizada no último fim de semana, os bancários incluíram na pauta fixação do piso com base no salário mínimo calculado pelo Dieese (R$ 6.535,40). A participação nos lucros ou resultados (PLR) corresponderia a três salários mais parcela fixa adicional de R$ 12.887,04, além de vales refeição e alimentação equivalentes a um salário mínimo (R$ 1.212). A pauta inclui garantia de emprego, fim de metas abusivas e combate ao assédio moral.
Lucro na estagnação
De acordo com os bancários, desde 2004 a categoria acumula aumento real de 21,9%. Já o piso soma 43,6%. A data-base é 1º de setembro. “Por que os bancos continuam lucrando com a economia estagnada? As instituições financeiras ganham cobrando altos juros dos clientes. O endividamento das famílias chegou a 77,7% no mês de abril, o maior índice dos últimos tempos. A alta taxa de juros sufoca as famílias e num ciclo vicioso, o endividamento gera renegociação e um novo endividamento ainda maior. A taxa de juros no cartão de crédito rotativo está em média 355% ao ano, uma das maiores do mundo”, diz Ivone.
Fonte: Rede Brasil Atual