O samba, muito além de um ritmo musical, exalta a resistência de grupos marginalizados
No próximo dia 02 de dezembro, o Coletivo de Promoção da Igualdade Racial e de Combate ao Racismo da APP Sindicato Londrina, em parceria com o Espaço Elias Ferreira, apresenta o “Samba da Educação”. Este evento marca os 20 anos da Lei nº 10.639/03 e destaca a necessidade urgente de abordar temas como racismo e discriminações correlatas na sociedade, especialmente, no ambiente escolar.
Sobre a Lei 10.639/03
Em 9 de janeiro de 2003, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, assinou a Lei 10.639/03, tornando obrigatório o ensino de “história e cultura afro-brasileira” nas escolas de ensino fundamental e médio. Além disso, a Lei estabeleceu o dia 20 de novembro como o “Dia da Consciência Negra” no calendário escolar. A intenção era confiar e valorizar a herança cultural afro-brasileira e promover uma educação mais inclusiva.
Antes da Lei 10.639/03, a Legislação Educacional, expressa no Artigo 26, parágrafo 4º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), já havia sinalizado a importância de incorporar as influências de diferentes culturas e etnias, incluindo a matriz africana, na formação do povo brasileiro. No entanto, a promulgação da Lei 10.639/03 representou um marco significativo ao estabelecer de maneira específica e obrigatória a inclusão do ensino da história e cultura afro-brasileira, com o objetivo de enfrentar o racismo sistêmico.
Rememorando a AROL
Desde os primórdios, Londrina carrega o legado da presença negra no desenvolvimento da cidade, nas atividades laborais e nas organizações que resistem e afirmam a identidade negra, frequentemente negligenciada ou invisibilizada.
Ao registrar a história da Associação Recreativa Operária Londrina (AROL), a APP Sindicato propõe um momento festivo e simbólico: reunir educadores no samba, uma expressão nascida da construção coletiva negra, um espaço de memória e resistência, e uma manifestação cultural que defini a identidade brasileira no mundo.
“O convite está aberto a todos para participar desta celebração, inspirada nas palavras de Leci Brandão: Porque tudo é educação, é matéria de todo o tempo… Na sala de aula é que se forma o cidadão, na sala de aula é que se muda uma nação.” – Maria Evilma Alves Moreira.
Maria Evilma Alves Moreira, Secretária de Promoção de Igualdade Racial e Combate ao Racismo da APP-Sindicato, destaca a relevância da reflexão: “Integramos ao nosso samba a ponderação sobre a educação informal e ancestral, uma fonte valiosa para a educação formal, destacando a importância da presença negra e promovendo valores africanos que nos moldam, apontando caminhos para as demandas deste período pós-pandemia, distúrbio climático e questões psicológicas/emocionais que clamam por humanização”, diz.
A celebração, além de entreter, é um veículo para narrar a história, as batalhas, a poesia e conquistas do povo negro, que ensina a arte da resistência. É através de expressões como rodas de samba, nas religiões de matriz africana e na capoeira que preservamos saberes e valores ancestrais.
Serviço
Evento: Samba da Educação
Data/Horário: 02/12 às 22h
Local: Rua Pinguim, 36 Indústrias Leves , Londrina, PR – Espaço Elias Ferreira
Convites: 20,00 (PIX: espacoeliasferreira@gmail.com) contato para encaminhar comprovantes e informações (43) 9 9818 6081
*Matéria da estagiária Joyce Keli dos Santos sob supervisão.