Redução do desmate na Mata Atlântica do estado foi de 59% no primeiro semestre, mas mesmo assim estado tem pior situação do Sul
O desmatamento da Mata Atlântica caiu de 59% nos primeiros seis meses de 2023, mas o Paraná segue sendo um dos estados que mais corta árvores desta floresta. Esse é o diagnóstico de SOS Mata Atlântica, que publicou nesta quarta-feira (29) o seu último relatório sobre desmatamento deste bioma, que se estende por 17 estados do Brasil, desde o Rio Grande do Sul até a Bahia.
Apesar de ter registrado uma queda de 64% no desmatamento na comparação com 2022, o Paraná continua a ser o terceiro estado com mais hectares desmatados. Apenas Bahia e Minas Gerais, onde o desmatamento também diminuiu na comparação com a ano anterior, registraram um resultado pior do que o Paraná.
De acordo com Everton Souza, diretor-presidente do IAT, a redução do desmatamento estaria diretamente ligada à política de meio ambiente implementada pelo governador Ratinho Junior (PSD). Apesar desta narrativa por parte do governo do Estado, os dados elaborados pela ONG MapBiomas comprovam um aumento dos números de eventos de desmatamento a partir de 2019, justamente o ano de início da gestão de Ratinho Jr.
Entre 2019 e 2020 os casos de desmatamento triplicaram, passando de 261 a 783. Por outro lado, em 2021 os episódios de desmatamento chegaram a 1.901 e baixaram para 1.491 no ano seguinte. Por conta disso, MapBiomas considera o Paraná o pior estado do Sul do Brasil em relação à quantidade de área desflorestada entre 2019 e 2022, período que corresponde exatamente ao primeiro mandato de Ratinho como governador. Por outro lado, o Paraná é o estado onde há o maior numero de hectares que estão em alerta por risco de desmatamento e detém 52,1% de todos os territórios da Mata Atlântica com riscos de desmatamento.
Os relatórios anteriores da SOS Mata Atlantica testemunham que a chegada de Ratinho Jr ao Palácio Iguaçu não melhorou a situação de desmatamento. De acordo com os dados de 2018, no Paraná foram desmatados 1.643 hectares, com uma queda de 52% na comparação com os dois anos anteriores. Porém em 2019 este dado subiu para 2.049 hectares, o que significa um aumento do desmatamento em todo o Estado.
Em 2020, o dado subiu 160%, passando para 5.709 hectares e no ano seguinte foram registrados 7.158 hectares desmatados. Apenas em 2022, se verificou uma queda de 42% (4.069 hectares) na comparação com o ano anterior, mas mesmo assim o índice era quase o dobro do registrado no primeiro ano do governo de Ratinho.
Fonte: Jornal Plural