Acontece neste domingo (10), em Londrina, ato em memória às vítimas de violência policial. A manifestação é promovida pelo movimento “Justiça por Almas – Mães de Luto em Luta”, e incluirá a coleta de assinaturas para um abaixo-assinado em apoio ao projeto de lei que propõe a instalação de câmeras corporais e GPS nas viaturas da polícia civil e militar. O ato acontece na Avenida Paraná, nº 501, em frente a loja Pernambucanas, a partir das 10h.
Conforme a empresária Hayda Melo, integrante do movimento, serão homenageadas as vítimas do mês de dezembro e os que estariam fazendo aniversário. “Iremos mostrar a população o lado que a mídia não mostra sobre esses supostos confrontos. Temos certeza de que na verdade são execução”, disse.
Melo, que é mãe de Willian Júnior, vítima fatal da polícia em Londrina aos 18 anos, em maio de 2022, também ressaltou a importância da ajuda dos paranaenses na coleta de assinaturas para a iniciativa do projeto de lei. Apenas eleitores que votam no Paraná podem assinar. O título de eleitor não precisa estar ativo.
A empresária enfatizou que a implementação do projeto de lei traria mais transparência ao trabalho policial, além de aumentar a credibilidade de seus relatos.
“As câmeras não irão proteger a população, mas irão proteger os próprios agentes de segurança pública. O bom policial não se opõe às câmeras, pelo ao contrário, eles querem a implantação delas para se espaldearem perante a lei também. Em caso de acusação de abuso de poder e outros delitos, como os próprios supostos confrontos, a gravação de vídeo é a prova que eles precisam”, acrescenta.
Além de Londrina, estão sendo coletadas assinaturas em Ibiporã e Cambé, visando alcançar um total de 80 mil assinaturas.
“Várias pessoas se mobilizaram através do nosso Instagram @justicaporalmas. Encaminhamos via Correio as folhas para a colheita das assinaturas. Também familiares de outras vítimas em todo o estado estão se mobilizando nesse projeto. Inclusive assessores do deputado estadual Renato Freitas, e muitas pessoas que não são a favor e nem contra a polícia ou bandidos. Mas pessoas que não confiam mais no trabalho da polícia que hoje temos em nosso estado. Infelizmente não nos sentimos mais seguros com quem deveria nos servir e proteger”, disse.
A participação da comunidade é importante para agilizar a aprovação e implementação da proposta. “Quanto mais rápido corrermos esse abaixo assinado, mais rápido colocamos esse projeto em votação na ALEP. Não tem um prazo, mas quanto antes melhor. Menos vítimas de letalidade, esse é nosso maior objetivo. Já que os nossos não iram voltar mais”, finaliza.
*Matéria da estagiária Victoria Luiza Menegon, sob supervisão.