Inspirado em cidades menores e que conseguiram arrecadar mais, empresário lança campanha “Fica Leão” e aposta na mobilização para alavancar as destinações de recursos aos fundos municipais
Uma campanha que nasceu da vontade de um empresário de mudar uma realidade de pouca informação e desconhecimento, apesar da destinação do imposto de renda devido estar prevista em lei há alguns anos.
São várias possibilidades, entre elas o Fundo Municipal da Criança e do Adolescente e o Fundo Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa. Dinheiro que poderia ajudar, e muito, as instituições assistenciais de Londrina, mas que acaba nas mãos do Governo Federal e nem sempre retorna em benefícios concretos para a cidade.
Em 2023, por exemplo, explica o empresário João Barreto, criador da Campanha Fica Leão, poderiam ter sido quase R$ 49 milhões, mas só 2,5% disso, cerca de R$ 1.270.000,00, foram destinados pelos londrinenses.
Mesmo comparada a cidades com muito menos habitantes, Londrina registrou valores menores. No caso de Maringá, que tem uma população de pouco mais de 400 mil pessoas, a arrecadação foi quase o triplo da londrinense, mais de R$ 3.400.000,00. Campo Mourão, que tem apenas 99 mil habitantes, ou 20% da nossa população, também conseguiu mais recursos: R$ 1.400.000,00.
O empresário atua em várias cidades do estado e conta que a inspiração para a campanha veio de Campo Mourão e Umuarama, onde mora e tem negócios. Ele explica que as duas cidades conseguiram, nos últimos anos, aumentar, e muito, os valores destinados aos fundos. Resultado, segundo ele, da união de entidades, da própria população e do poder público.
João Barreto diz ainda que falta muita informação sobre o tema e que boa parte das pessoas nem sabe que essa possibilidade existe. Parceiro da iniciativa, o Sindicato das Empresas de Contabilidade e Assessoramento de Londrina e Região, aposta na informação e no engajamento para melhorar os números londrinenses, diz o presidente da entidade, Euclides Correia.
Euclides Correia explica que as pessoas físicas podem destinar até 6% do imposto devido aos fundos municipais, ou 7%, quando o dinheiro vai para projetos esportivos. Se a destinação for feita diretamente na declaração, o limite é de até 3% do imposto para cada fundo. Já as empresas podem destinar até 1% para cada fundo, 2% para projetos esportivos e até 4% para projetos culturais ou audiovisuais.
Além dos conselhos municipais, o uso dos recursos destinados é fiscalizado pela Controladoria-Geral do Município, Tribunal de Contas do Estado e Ministério Público, entre outras entidades.
Fonte: CBN Londrina