Homem foi baleado no peito por policial de folga em Pontal do Paraná durante confusão. Versão da PM diz que policial atirou porque foi atacado. Nome do PM não foi revelado.
Familiares do turista de 31 anos que morreu após ser baleado por um policial de folga em Pontal do Paraná, no litoral do estado, contrariam a versão da Polícia Militar (PM-PR) sobre o caso, que aconteceu na noite de terça-feira (2).
Segundo a prima da vítima, que pediu para não ter a identidade revelada, o policial tentou intervir, na rua, em uma briga familiar que ela estava envolvida. A versão da PM é que o policial foi atacado pelo primo dela e por um outro homem, que tentaram roubar a arma dele.
A testemunha contou que a briga que o policial tentou intervir envolvia uma segunda mulher. Durante a discussão, o carro do policial avançou contra elas e quase as atropelou, conforme o relato.
“Se ele quisesse separar a briga, ele descesse do carro e falasse para mim para a minha prima, não chegasse atirando. Quem quer ajudar uma briga atirando nas pessoas? Poderia acertar qualquer um, não só as pessoas da minha família”, questionou a mulher.
De acordo com a mulher, depois que o carro avançou, o primo e um outro homem, de 18 anos, foram até o policial para questioná-lo. Conforme a mulher, neste momento, o militar disparou contra os dois.
“Ninguém chegou a entrar no carro dele como eles estão falando, porque, antes disso, ele já chegou a disparar. Não deu nem tempo de chegar perto. Ele não desceu de dentro do carro, ele já atirou de dentro do carro”, afirmou.
O homem de 31 anos, morador de São Paulo, foi baleado no peito e morreu no local. O outro homem, de 18, foi atingido na mão e no braço, foi hospitalizado e depois preso em flagrante por agressão.
Versão da polícia
A versão relatada pela família da vítima vai de encontro ao relato policial, que afirma que mulheres brigavam no meio da rua, enquanto dois homens ficaram observado a confusão, sem intervir.
Ainda segundo o relato da polícia, o policial buzinou tentando fazer que briga terminasse e o trânsito fluísse. Na sequência, os homens partiram para cima do policial para o agredir, segundo a versão da PM.
Segundo a nota da polícia, o militar se feriu e precisou de atendimento médico. Ele se apresentou na delegacia, foi ouvido e, em seguida, liberado.
Em nota, a Polícia Civil (PC-PR) disse que, conforme relatado pela equipe que apresentou a ocorrência no plantão, os homens também tentaram roubar a arma do policial. Durante a confusão, o policial sacou a arma e disparou contra os homens.
Família alega ameaças
De acordo com a familiar do homem que morreu, o militar chegou a ameaçá-la no local da morte.
Ainda de acordo com a mulher, outros policiais, que estavam atendendo a ocorrência, orientaram o homem a sair da cena do crime.
PM continua trabalhando
O policial envolvido na situação continua trabalhando normalmente e desempenhando as mesmas atividades de antes, conforme o comandante geral da PM-PR, Jefferson Silva.
Além disso, segundo o secretário de Segurança Pública do Paraná, Hudson Teixeira, o crime não é apurado como um crime militar, mas sim pela Polícia Civil.
Isso porque, na situação, o policial estava de folga e no veículo estavam a esposa e a filha dele.
O comandante Silva informou ainda que o militar e a família estão recebendo acompanhamento psicológico.
Fonte: G1