Área desmatada no estado caiu de 2.883 para 633 hectares, redução que corresponde à área de mais de 3,1 mil campos de futebol. Dados são de relatório produzido pela Fundação SOS Mata Atlântica e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)
O desmatamento da Mata Atlântica caiu 78% no Paraná em 2023, segundo o Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica – relatório técnico produzido pela Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e divulgado nesta terça-feira (21).
A área desmatada caiu de 2.883 para 633 hectares, de acordo com o estudo. A redução corresponde à área de mais de 3,1 mil campos de futebol.
Ainda assim, o Paraná está entre os estados que mais desmatam Mata Atlântica no país, atrás apenas do Piauí, Minas Gerais, Bahia e Mato Grosso do Sul.
“É uma redução bastante significativa, mas ainda perdemos 633 hectares de Mata Atlântica no Paraná. Cada pedaço faz muita falta, mas tudo indica que isso é resultado do aumento da fiscalização, de uma mudança de comportamento do governo federal, e até dos governos estaduais e do Ministério Público, de tornar a fiscalização mais efetiva, punir os desmatadores, e diminuir dessa expectativa de impunidade do crime ambiental”, avalia o diretor executivo da SOS Mata Atlântica, Luiz Fernando Guedes.
2023 foi o primeiro ano desde 2016 em que o estado registrou uma área menor que mil hectares de desmatamento, segundo o relatório.
Em oito anos, o Paraná perdeu mais de 15 mil hectares da floresta – o equivalente a mais de 21 mil campos de futebol.
O relatório aponta que em todo o país, o desmatamento caiu 28,6% em 2023.
A área devastada em um ano caiu de 20.075 hectares em 2022 para 14.697 hectares no ano passado.
Multas
De acordo com o Instituto Água e Terra (IAT), o valor aplicado em multas por danos à flora foi de R$ 182,3 milhões em 2023, um incremento de 20% no comparativo com o ano anterior (R$ 151,9 milhões).
A quantidade de Autos de Infração Ambiental (AIA) também subiu, passando de 6.323 para 7.078 no período.
Desde 2019, as multas deferidas totalizam R$ 500 milhões, afirma o IAT.
O valor arrecadado com as infrações é repassado integralmente ao Fundo Estadual do Meio Ambiente. A reserva financeira tem como finalidade financiar planos, programas ou projetos que objetivem o controle, a preservação, a conservação e a recuperação do meio ambiente, conforme a Lei Estadual 12.945/2000.
Nesta semana a Polícia Ambiental informou que multou madeireiros e fazendeiros em R$ 5,2 milhões devido ao desmatamento de uma área de 113,5 hectares em Inácio Martins, na região central do Paraná.
Segundo a corporação, o espaço fica na Mata Atlântica e os danos atingiram espécies ameaçadas, como Pinheiro Araucária, Imbuia e Xaxim.
Importância da floresta
O diretor executivo da SOS Mata Atlântica ressalta a importância das florestas para o equilíbrio do meio ambiente.
“Nós estamos causando as mudanças climáticas, e causando que os eventos extremos sejam cada vez mais intensos e frequentes. Eventos extremos acontecem na natureza, como grandes chuvas, grandes secas e ondas de frio de calor, mas a intensidade e a frequência em que estão acontecendo e com os impactos que estão trazendo para a humanidade é o resultado da nossa ação”, ressalta Guedes.
Fonte: G1