Evento no Calçadão trouxe a tona a importância do papel da sociedade no enfrentamento a violência doméstica
O aumento do número de atendimentos de mulheres vítimas de violências, pelo Centro de Refêrencia de Atendimento a Mulher ( CAM), tem preocupado a equipe de profissionais que trabalha no setor. Levantamento realizado neste semestre mostra que foram feitos quatro mil atendimentos , sendo que, durante todo o ano de 2021 os registros somam cinco mil mulheres atendidas.
De acordo com a Assessora de Políticas Públicas para Mulheres, Maryanne Lopes Martins, os números são preocupantes porque durante a pandemia muitas mulheres deixaram de buscar ajuda por causa da presença dos companheiros em casa. ” Entendemos que esses números poderiam ser maiores, caso elas tivessem tido condições de denunciar, por isso, estamos reforçando as informações sobre nossos serviços que visam proteger mulheres em situação de violência doméstica”, declarou.
E foi pensando nisso que a Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres de Londrina (SMPM) e o Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres (CMDM) realizaram um ato neste sábado, 22, no Calçadão da cidade, para marcar o Dia Estadual de Combate ao Feminicídio, aproveitando para entregar cartilhas e outros informativos sobre os serviços públicos disponíveis no município.
” O CAM é a principal porta de entrada do atendimento às mulheres. Seja por telefone ou presencialmente, elas são acolhidas por psicólogos, assistentes sociais e advogados. São atendimentos contínuos, agendados em todo período necessário, se estendendo para toda a família, quando preciso”, explicou a assessora. Segundo ela, atualmente 19 mulheres são atendidas no projeto Canto de Dália, que abriga mães em situação de ameaça de morte juntamente com seus filhos menores de 18 anos.
A presidenta do Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres (CMDM), Sueli Galhardi, lembrou que a rede enfrentamento contra a violência doméstica e sexual contra as mulheres em Londrina existe há 11 anos e discute a área da assistência, da prevenção e da garantia dos direitos humanos. Para Galhardi, um dos maiores desafios neste processo é enfrentar a banalização da sociedade na violência contra mulher.
” Esse é um dos nossos principais desafios. A sociedade julga muito as mulheres, principalmente por questões machistas. É comum ouvir as pessoas dizerem que uma mulher foi violentada por ter provocado situações que levaram a violência. E a banalização ocorre quando reproduzimos isso, dai vem a importância de informar a população que as mulheres têm autonomia de serem e fazerem o que elas quiserem” .
Denúncia– As mulheres em situação de violência doméstica e familiar podem entrar em contato diretamente com o Centro de Referência de Atendimento à Mulher (CAM), pelo telefone 3378-0132. Também é possível comparecer presencialmente na Avenida Santos Dumont, 408, de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, sem agendamento prévio.
Também estão à disposição outros serviços, como a Delegacia da Mulher, pelo número (43) 3322-1633, que atende por telefone e por WhatsApp; o Plantão da Delegacia da Polícia Civil, no (43) 3378-3000 (funciona 24 horas por dia); a Central de Atendimento à Mulher 24 horas pelo Disque 180; a Polícia Militar no Disque 190; e a Patrulha Maria da Penha, pelo153.
Texto: Elsa Caldeira – Portal Verdade
Com informações de Franciele Rodrigues