O Projeto Juventude(S), Direitos Humanos e Antirracismo, por meio da Universidade Estadual de Londrina (UEL), realiza entre os dias 28 e 30 deste mês, o II Seminário Direitos Humanos, Antirracismo e Olhares Transversais nas Políticas Sociais, com a temática geral: “Questão da(s) Juventude(s)”.
Fruto de um trabalho contínuo de pesquisa e extensão da UEL, coordenado pela professora Andréa Pires Rocha, vinculada ao departamento de Serviço Social, o evento propõe discutir questões acerca do juvenicídio, da necropolítica, e o papel das juventudes na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Segundo a professora, a escolha do tema é uma resposta direta às demandas urgentes que a sociedade apresenta, e um reflexo das desigualdades estruturais que afetam as juventudes.
“A motivação para este seminário vem do reconhecimento de que a juventude está na linha de frente das transformações sociais. No entanto, é também o grupo mais afetado por políticas públicas ineficazes e pela violência sistêmica. Queremos criar um espaço onde possamos discutir essas realidades de maneira crítica e propositiva”, explica Andréa.
Juventudes e os direitos humanos
A escolha do tema para esta edição não é por acaso. O juvenicídio, termo que se refere ao assassinato sistemático de jovens, frequentemente perpetuado por forças do estado, é um dos aspectos mais alarmantes da violência estrutural no Brasil. Além disso, os jovens representam um grupo importante da população que enfrenta desafios em termos de acesso a direitos fundamentais, segurança, e oportunidades de trabalho e desenvolvimento.
“A juventude brasileira, especialmente a negra e periférica, vive um estado de vulnerabilidade constante, exacerbado por políticas de controle social que criminalizam a pobreza e a diferença. Em nome da guerra às drogas, muitas vezes se mata um jovem, e também, em nome dessa guerra, o encarceramento em massa se torna evidente, o que mostra que a política de controle não tem resolvido o problema”, alerta a coordenadora.
Programação
Com participação gratuita e aberta ao público, a programação do evento inclui uma série de palestras, minicursos e oficinas que exploram diversos eixos temáticos.
Entre os destaques estão as oficinas do projeto Juventudes, que apresentam a iniciativa “Escrevivências do Esperançar”. Esse espaço, oferece aos jovens a oportunidade de expressar suas experiências e perspectivas por meio da escrita criativa.
Outra iniciativa importante é a consolidação do Observatório da Juventude de Londrina e região. O projeto visa estabelecer um centro permanente de pesquisa e ação voltado para os direitos das juventudes, integrando ensino, pesquisa e extensão universitária.
“Queremos que o Observatório se transforme em um programa de ação permanente, que levante dados sobre a realidade dos jovens e promova oficinas, atividades e cursos. Estamos articulando com os conselhos, com o pessoal dos direitos humanos, e com o Movimento Negro aqui de Londrina e região para construir essas mediações”, afirma Andréa.
Os interessados em participar podem se inscrever por meio do link disponibilizado. Para mais informações, consulte o perfil oficial do evento no Instagram @projetojuventudes.
Matéria da estagiária Joyce Keli dos Santos sob supervisão.