Por Brasil de Fato – Paraná
Arruda foi morto a tiros, depois que Guaranho invadiu a festa de aniversário da vítima, em Foz do Iguaçu
família do guarda municipal e tesoureiro do PT, Marcelo Arruda, morto há dois anos durante sua festa de aniversário de 50 anos, ainda aguarda pelo júri de Jorge Guaranho, ex-policial penal, acusado de ter matado Arruda no dia 9 de julho de 2022.
A nova data prevista para o julgamento é entre 11 e 13 de fevereiro de 2025.
Guaranho está preso em Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba. A principal tese do Ministério Público do Paraná é que o crime teve motivação política, já que Guaranho era apoiador de Bolsonaro.
O júri popular estava marcado para dezembro de 2023. Foi remarcado para abril de 2024 após apontamento de questões técnicas pela defesa do réu. O julgamento, iniciado em 4 de abril de 2024, em Foz do Iguaçu, foi suspenso após o abandono do plenário pela defesa de Guaranho. Remarcado para maio, o júri foi adiado em função do pedido de desaforamento.
Quatro dias antes do novo júri, os advogados de defesa de Jorge Guaranho solicitaram ao TJPR a mudança de cidade. Em julho deste ano, o pedido foi aceito e o júri transferido para Curitiba.
Enquanto isso, a família da vítima lamenta o que considera demora excessiva. “Diante de todos os acontecimentos, nós, da família, só queremos que este júri finalmente aconteça, com o réu presente em plenário. Acreditamos na justiça e lutamos para que ela prevaleça”, disse a companheira de Arruda, Pâmela Silva.
Violência em ano eleitoral
Jorge Guaranho, policial penal, bolsonarista, em pleno ano da disputa eleitoral à presidência, invadiu a festa de aniversário de Arruda, cujo tema era alusivo ao Partido dos Trabalhadores (PT) e ao presidente Lula. Arruda era tesoureiro do diretório municipal do partido em Foz do Iguaçu e chegou a ser candidato a vice-prefeito. Imagens e registros mostram uma noite bem-humorada, de comemoração e alusão à simbologia petista.
De acordo com inquérito, o réu soube da festa e invadiu o local de carro aos gritos de “aqui é mito” e com música de Bolsonaro. Ele deixou a festa, mas retornou em seguida, armado, e atirou contra Marcelo Arruda, que se defendeu usando a arma da Guarda Municipal. Ambos foram feridos a tiros, mas Arruda faleceu no local. Guaranho foi socorrido e preso em flagrante posteriormente.
O advogado que representa a família de Arruda, Daniel Godoy Jr., afirmou que espera justiça em memória de Arruda e em respeito à família. “Esperamos que desta vez se faça justiça, apesar dos sucessivos recursos da defesa (de Guaranho), esse júri se realize”.
Nota da defesa
Em nota, a defesa de Jorge Guaranho, representada pelo advogado Samir Mattar Assad, disse que “após dois anos de espera, a definição das datas é um passo importante para a busca por justiça. Estamos nos preparando para o júri, comprometidos em apresentar os fatos de maneira clara e objetiva, sem influências políticas”.