O concurso público para contratação de 175 médicos peritos anunciado pelo Ministério da Previdência Social na última quarta-feira (7) é irrelevante para cobrir o déficit desses profissionais, afirma a ANMP (Associação Nacional dos Peritos Médicos Federais), que estima essa lacuna em 3.000.
Segundo o vice-presidente da associação, Francisco Eduardo Cardoso Alves, dos 3.100 peritos ativos hoje, de acordo com seus cálculos, 15% estariam afastados e cerca de 500 estão sem agenda, fazendo tarefas de gestão.
“Além disso o concurso de apenas 175 vagas é irrelevante para cobrir o déficit”, afirma. “[O ministro Carlos] Lupi falou em 1.500 vagas. Só vai fazer 10% disso. Se considerarem o tempo para fazer o concurso e mais um ano de segunda chamada, na prática o governo Lula encerra em 2026 com apenas 175 vagas repostas, de um déficit de 3.000”, complementa.
Alves, eleito nesta quarta-feira (7) para representar o estado de São Paulo no CFM (Conselho Federal de Medicina), avalia que o número de vagas é tão baixo que não seria financeiramente vantajoso gastar dinheiro com esse concurso. “Seriam necessárias no mínimo 1.500 [vagas] para sair do sufoco”, afirma.
Procurado, o Ministério da Previdência disse que não comentaria. O Ministério da Gestão afirmou que a definição de novos concursos para as áreas é feita pelo método de Dimensionamento da Força de Trabalho, aplicado pelo Ministério da Gestão, que avalia as reais necessidades de cada área. “Também leva em consideração os limites orçamentários dos órgãos”, complementa, em nota.
Fonte: Folha de São Paulo