Embora registrem alta na ocupação, pesquisas recentes sobre emprego revelam extrema precarização do mercado de trabalho, com queda no rendimento e número maior de pessoas em situação de informalidade.
Segundo dados divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (29), no segundo trimestre deste ano, o Brasil chegou a um contingente de 39,3 milhões de trabalhadores informais, o maior da série histórica iniciada no quarto trimestre de 2015.
Na comparação com o primeiro trimestre deste ano, houve alta de 2,8%, o que significa dizer que, em três meses, 1,1 milhão de pessoas se juntaram ao grupo que reúne trabalhadores sem carteira assinada, empregadores e conta própria sem CNPJ e os chamados trabalhadores familiares auxiliares.
No setor privado, o número de empregos sem carteira chegou a 13 milhões de pessoas, o maior da série histórica, em alta de 6,8% com relação ao primeiro trimestre de 2022 e 23% na comparação com mesmo trimestre do ano passado. Em um ano, um contingente de 2,4 milhões de pessoas se juntaram ao grupo.
A queda de 5,1% na renda média é outro dado dramático capturado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE. Caiu de R$ 2.794, média de abril a junho de 2021, para R$ 2.652, no mesmo período deste ano.
Urgência para solução
O desemprego e a precarização do mercado de trabalho são preocupações constantes do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em suas manifestações públicas ele tem destacado a necessidade urgente de buscar solução para gerar empregos de qualidade e com proteção social.
Em entrevista ao portal UOL, na quarta-feira (27), ele afirmou que “o Brasil precisa de muita urgência para recuperar seu emprego e a qualidade de vida do povo”.
As diretrizes do programa de governo do movimento Vamos Juntos pelo Brasil, da Chapa Lula Alckmin, que está em construção com contribuição popular, reconhecem que o desemprego e a subutilização da força de trabalho seguem extremamente elevados, enquanto a precarização avança e propõem soluções.
A diretriz 8 registra o compromisso com a justiça social e inclusão com direitos, trabalho, emprego, renda e segurança alimentar para combater a fome, a pobreza, o desemprego, a precarização do trabalho e do emprego, e a desigualdade e a concentração de renda e de riquezas.
Já a diretriz 15 aponta o caminho para a solução propondo a retomada dos investimentos em infraestrutura e em habitação; a reindustrialização nacional em novas bases tecnológicas e ambientais; a reforma agrária e o estímulo à economia solidária, à economia criativa e à economia verde inclusiva, baseada na conservação, na restauração e no uso sustentável da nossa biodiversidade.
Fonte: Portal Vermelho