Pela primeira vez, nas eleições gerais, proporção de candidaturas negras ultrapassa a de pessoas brancas. Candidatas mulheres chegam a 33,4%
O Brasil terá nas eleições gerais deste ano um recorde de candidaturas de mulheres, pessoas negras e indígenas. O prazo para o registro se encerrou na segunda-feira (15). De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), das 26.398 candidaturas registradas até o momento, 49,3% são de pessoas negras e 49,1% de pessoas brancas. As candidaturas indígenas representam 0,62% do total. Já o percentual de mulheres na disputa soma 33,4%.
Neste ano, pela primeira vez desde que foi instituída a autodeclaração racial, em 2014, o percentual de candidaturas negras é superior ao de candidaturas brancas. Em 2014, os candidatos negros representavam 44,24% do total. Quatro anos depois, chegavam a 46,5%.
São considerados negros candidatos que se declararam pretos ou pardos no registro da candidatura. Neste ano, 3.919 candidatos se declararam pretos. Nas eleições gerais anteriores, eram 3.163. E há oito anos, 2.424. Por outro lado, o total de candidatos que se autodeclaram pardos neste ano – 9.992 – caiu em relação ao último pleito. Em 2018, foram 10.406. E 9.194, em 2014.
UP e Psol são os partidos com maior proporção de negros: 63% e 61,3%, respectivamente. PMB, PMN e PCdoB aparecem logo depois, com 59%. Já o Novo é a legenda com menor percentual de pretos e pardos – 19,6% das candidaturas.
Candidaturas negras são 51,6% das postulantes às Assembleias Legislativas. E 47,4% dos que tentam vaga na Câmara dos Deputados. Na disputa aos governos estaduais, no entanto, essa proporção cai 38,6%. E são apenas 31,3% dos que concorrem uma vaga ao Senado.
Mulheres
Nas eleições deste ano, 9.353 mulheres também participam da disputa. Há quatro anos, elas eram 9.221, 31,6% do total. Em 2014, representavam 30,99%, com 8.139 candidaturas. A UP também lidera na proporção de candidaturas femininas, com 68,5%. Logo atrás vêm PCdoB (43,9%), PSTU (42,7%), Psol (40,3%) e PV (38,8%). PRTB (30,9%), Agir (31,3%) e Novo (31,3%) registraram os menores percentuais.
Desde 2009, cada partido deve ter, ao menos, 30% de candidatas mulheres, e os partidos devem reservar pelo menos o mesmo percentual do fundo eleitoral para elas. Candidatas mulheres chegam a 33,4%, e deverão aparecer na mesma proporção de tempo na propaganda de rádio e TV.
Indígenas
Na disputa deste ano, 175 candidatos se autodeclararam indígenas. Pela primeira vez, os indígenas deixaram de ser a raça menos representada entre os candidatos, que agora passou a ser os que se autodeclaram amarelos, com 0,40% do total. Há quatro anos, foram 134 candidatos indígenas (0,46%). Em 2014, eram apenas 84 (0,32%).
Fonte: Redação CUT