O preço dos alimentos e bebidas subiu 7,69% durante o ano passado e levou à inflação no Brasil para além da meta estabelecida pelo governo para 2024. Pressionado pela comida, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o ano em 4,83%. O Conselho Monetário Nacional (CMN), controlado pelo Executivo, havia definido que ele deveria subir 3% no ano, podendo chegar no máximo a 4,5%.
A alta do preço dos alimentos e a inflação consolidada de 2024 foram divulgadas nesta sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A inflação de 2024 superou em 0,11 ponto a registrada no ano passado, quando o CMN havia definido que ela poderia chegar a 4,75%. Naquele ano, ela ficou em 4,62%. Cumpriu, portanto, a meta para o índice.
Em 2023, porém, a comida subiu 1,03% no ano – um sétimo do que subiu neste ano. Naquele ano, o preço dos alimentos teve um impacto de 0,23 ponto no IPCA. Em 2024, o impacto foi de 1,63 ponto.
Só o café moído exerceu um impacto individual de 0,15 pontos sobre o IPCA de 2024. No ano, ele acumulou alta de 39,60%.
“O IPCA foi puxado pela alta dos alimentos, que sofreram influência de condições climáticas adversas, em vários períodos e em diferentes localidades do país”, explicou Fernando Gonçalves, gerente do IPCA.
Os itens de saúde e cuidados pessoais tiveram o segundo maior peso sobre o IPCA: 0,81 ponto dos 4,83%. Eles subiram 6,09% em 2024. Em 2023, haviam subido mais (6,58%) e tido um peso ainda maior sobre a inflação (0,86 ponto dos 4,62%).
O plano de saúde foi o segundo item que mais impactou a inflação no ano. Subiu 7,87% em 12 meses e contribuiu com 0,31 ponto para o IPCA de 2024.
O item que teve maior impacto na inflação foi a gasolina, dentre os 377 produtos e serviços pesquisados. Só esse combustível foi responsável por 0,48 ponto do IPCA de 2024, acumulando alta de 9,71% no ano.
Em dezembro, o IPCA foi de 0,52%, ficando acima da taxa de novembro (0,39%) e abaixo da de dezembro de 2023 (0,56%).
Fonte: Brasil de Fato