A maior parte das mortes causadas pela PM foi classificada como perseguição a “crime antecedente em andamento”
Das 413 pessoas mortas pela polícia do Paraná no ano passado, 11 não tinham 18 anos. É o que mostra o relatório divulgado pelo Ministério Público estadual na quarta-feira (22). Há 93 mortos na lista com idade entre 18 e 24 anos, de modo que um quarto das vítimas não havia completado 25 anos. E 70% delas foram mortas antes dos 35 anos.
O relatório também traz um recorte de raça. Exatamente a metade das vítimas era preto ou pardo; 38% eram brancos; 1,2%, amarelos; e em 11% dos casos não há essa informação.
Entre os 413 mortos, apenas 4 mulheres.
Neste ano, o MP mudou a metodologia do relatório. Agora é divulgado o número total do que chamam de confrontos (433), o número de mortos (413) e o de pessoas que sofreram lesões corporai (112).
Também há novidades no relatório como as características dos confrontos. Chama a atenção o fato de que em 27,3% deles, as vítimas não tinham armas de fogo quando foram abordadas. Não dá para saber quantas foram mortas e quantas sobreviveram com lesão corporal.
A maior parte dos casos (45,5%) foram de responsabilidade da Rádio Patrulha. Na sequência, a Rotam esteve em 28,3% das ocorrências, seguida pela Rone (13,9%) e pelo Choque (9,8%). Em 2,5% dos casos, houve participação de mais de uma equipe.
A maior parte das ocorrências (182) foi classificada como perseguição a “crime antecedente em andamento”. Outras 71 foram cumprimentos de mandado judicial. Houve 112 casos de intervenção policial em violência doméstica e 32 abordagens de rotina. De novo, não é possível saber quantos dos casos se referem a mortes e quantos a lesões corporais.
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Fonte: Rede Lume de Jornalistas