O Paraná registrou, aos longo dos últimos cinco anos, uma média de 18 casos de estupro por dia. Ao todo, foram reportados 33.031 casos desse tipo no estado entre 2020 e 2024, sendo que os dois últimos anos (2023 e 2024) foram aqueles com mais ocorrências. As informações, organizadas pelo Bem Paraná, foram disponibilizadas pelo Centro de Análise, Planejamento e Estatística (Cape) da Secretaria da Segurança Pública do Estado do Paraná (Sesp-PR).
De acordo com o levantamento, entre 2020 e 2024 o Paraná registrou um total de 33.031 casos de estupro. Isso dá uma espantosa média de 18 estupros por dia ou ainda um estupro a cada hora e 20 minutos que se passa. E essas ocorrências estão em alta nos últimos tempos.
Em 2020, por exemplo, foram anotados 5.907 registros. No ano seguinte (2021), 5.999. Em 2022, já se chegou à marca de 6.594 estupros. E nos dois últimos anos (2023 e 2024), pelas duas primeiras vezes foram anotadas mais de 7 mil ocorrências – mais precisamente, 7.297 e 7.234, respectivamente.
Os municípios com mais casos (em número absoluto), por sua vez, são Curitiba (5.063), Londrina (1.599), Ponta Grossa (1.363), Cascavel (1.123) e Maringá (990).
Casos de repercussão
Ontem, dois casos envolvendo abuso sexual vieram à tona e chamaram a atenção para o problema.
Em Santo Antônio da Platina, no norte paranaense, um ex-padre de 51 anos foi preso após ser condenado a oito anos e 10 meses de prisão pelos crimes de estupro de vulnerável e fornecimento de bebida alcoólica a adolescente. O crime teria ocorrido em 2020 e foi descoberto pela mãe do jovem, um rapaz de 14 anos que atuava como coroinha. O condenado teria levado o jovem para passeios em áreas rurais e fornecido bebida alcoólica à vítima antes dos abusos. E na investigação ainda foi descoberta mais uma vítima do religioso, de 19 anos, num crime em Jaguariaíva, em 2019.
Além disso, a Polícia Civil do Paraná (PCPR) também está atrás de uma mulher de 36 anos chamada Veronica da Silva. Ela é suspeita de ter praticado abusos sexuais contra a própria filha, em Londrina, também no norte do estado. De acordo com a delegada Kelly Brasil, os fatos ocorreram em setembro de 2024 e a vítima tinha, então, 11 anos de idade. “De acordo com a investigação, a mulher vendia a filha em troca de drogas e participava dos abusos. Desde dezembro de 2024 encontra-se foragida”, explica.
Fonte: Bem Paraná