Entre as demandas, professores solicitam aplicação do piso nacional do magistério
No último sábado (22), educadores de todo Paraná se reuniram em assembleia na sede da APP-Sindicato (Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná) em Curitiba. A principal finalidade do encontro foi definir o plano de lutas para 2025.
Entre as demandas, a categoria aprovou, por unanimidade, a campanha salarial deste ano. Sob o mote “Meu trabalho tem valor”, a reivindicação é pela equiparação salarial para professores, funcionários de escola em exercício bem como para aposentados.
Os trabalhadores da educação básica chamaram atenção para a defasagem enfrentada por todos os servidores vinculados ao poder Executivo, que chegará em 52,5% em maio. Além disso, eles exigem que o governador Ratinho Júnior (PSD) aplique o piso nacional do magistério.
O valor mínimo definido pelo MEC (Ministério da Educação) para 2025 é de R$ 4.867,77 para a rede pública de todo o país, com jornada de 40 horas semanais.
Ainda, os docentes salientaram que de todo funcionalismo paranaense, compõem o grupo com os menores salários.
“Meu trabalho tem valor, pois o governo afirma categoricamente que não tem valor, já que nós professores, concursados em nível superior, somos a única secretaria de estado que ganha em torno de 40% menos tanto no início da carreira quanto no final da carreira, logo, nosso trabalho não tem valor na visão deste governo”, pontua Márcio André Ribeiro, professor da rede estadual e presidente da APP-Sindicato Londrina.
“Além da reposição salarial e do piso nacional do magistério, agora em 2025 nossa principal pauta é igualar-se nossa carreira aos demais servidores públicos estaduais concursados com nível superior”, complementa a liderança.
Os educadores também solicitam a abertura de novas vagas para o PDE (Programa de Desenvolvimento Educacional), a suspensão da privatização das escolas estaduais, via programa “Parceiro da Escola”, e da plataformização do ensino.
A defesa da gestão democrática das escolas, melhores condições de trabalho e a implementação de um modelo do SAS (Sistema de Assistência à Saúde) que funcione também foram pautas levantadas durante o encontro.
De responsabilidade do Palácio do Iguaçu, o SAS tem como tarefas prestar assistência médica e demais serviços de saúde, incluindo a realização de pericias, para os públicos do estado do Paraná.
Comunicação é fundamental
Entre as estratégias para disseminar as reivindicações junto à base e a toda população, a categoria definiu a produção de vídeos e demais materiais de comunicação para as redes sociais, inserção de peças em rádios e emissoras de televisão e realização de audiências públicas.
Para Ribeiro, a primeira reunião deste ano atendeu as expectativas, contando com ampla participação de toda a categoria. “A busca pelo diálogo com a sociedade e o governo estadual, sensibilizar pela justiça da pauta a real valorização da educação”, elenca como os próximos passos.
Uma nova assembleia estadual está prevista para abril, onde serão avaliados os resultados de todo o trabalho realizado neste período.
Confira o calendário de lutas:
Fevereiro:
– Trabalho de base nas escolas
– Conselhos regionais
Março:
– Trabalho de base nas escolas
– 8: Dia Internacional da Mulher
– 10 a 14: Semana Nacional de Valorização da Mulher
– 14, 15 e 16: Turma estadual de formação
– 21: Dia internacional pela eliminação da discriminação racial
– 27 e 28: Conselho e Assembleia Estadual Ordinária de Prestação de Contas – online
Abril:
– Trabalho de base nas escolas
– Indicativo de Assembleia Estadual
– 12: Seminário da CUT
– 23: Mobilização em defesa da educação pública. As redes municipais podem paralisar, conforme proposta da CNTE, desde que aprovada a paralisação em assembleias
– 26: 78 anos da APP-Sindicato
– 29: Dez anos do massacre do Centro Cívico – Indicativo de Paralisação
– Marcha Nacional da Classe Trabalhadora
NACIONAL
– Defesa permanente da democracia e não anistia aos(às) patrocinadores(as) e participantes de atos antidemocráticos e de ruptura do Estado Democrático de Direito;
– Defesa do Piso Salarial Nacional do Magistério e por um piso nacional aos(às) funcionários(as) com valorização das carreiras;
– Defesa de um Plano Nacional de Educação democrático e emancipador, participando da luta nacional organizada pela CNTE;
– Organização da 25ª Semana Nacional em Defesa e Promoção da Educação Pública da CNTE (de 21 a 26 de abril).
– Comemorações dos 40 anos da CUT.
– Plebiscito sobre a taxação das grandes fortunas.
– Campanha sobre a isenção da cobrança do imposto de renda de salários até R$ 5.000,00.

Franciele Rodrigues
Jornalista e cientista social. Atualmente, é doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Tem desenvolvido pesquisas sobre gênero, religião e pensamento decolonial. É uma das criadoras do "O que elas pensam?", um podcast sobre política na perspectiva de mulheres.