Justiça chegou a bloquear R$ 1,5 milhão para que os mais de cem trabalhadores fossem pagos, mas companhia teria se negado a honrar compromissos. Outros 200 empregados enfrentam essa mesma situação em Curitiba
Dezenas de trabalhadores realizaram um protesto em frente à sede da Sanepar na avenida Higienópolis, no centro de Londrina, no início da tarde desta sexta-feira (16). Eles são ex-funcionários da Esac, terceirizada que passou um ano prestando serviços para a companhia na cidade e, no final do mês passado, acabou dispensada por conta de diversos problemas registrados durante a execução dos trabalhos. Com o rompimento do contrato, todos os 103 empregados foram demitidos. O problema é que eles ainda não receberam pelas rescisões. A empresa tinha até o início da semana para fazer os depósitos, o que não aconteceu. O Sintracom, sindicato que representa os trabalhadores, chegou a conseguir na Justiça do Trabalho uma decisão bloqueando R$ 1,5 milhão da Sanepar para o pagamento dos funcionários. A companhia, no entanto, alega não ter responsabilidade no caso. Sem receber, eles resolveram então realizar a manifestação.
Geneci de Souza trabalhou por oito meses para a Esac e ficou indignado com a falta de compromisso por parte da terceirizada e também da Sanepar.
Alex Costa é outro que ficou frustrado com a falta de pagamento. Ele veio do Rio de Janeiro no início do ano para tentar recomeçar a vida em Londrina. O emprego garantido seria o pontapé inicial da nova fase. Agora desempregado, ele não sabe o que vai fazer para pagar as contas no final do mês.
Além da falta de pagamento, a Esac não teria oficializado a dispensa dos empregados, que, nas últimas semanas, ficaram impedidos de sacar o FGTS e até dar entrada no seguro-desemprego. Nos últimos dias, o Sintracom conseguiu agilizar a liberação dos documentos para que pelo menos isso fosse feito. O presidente do sindicato, Denilson Pestana, garantiu que a Sanepar tem dinheiro em caixa para o pagamento dos funcionários de Londrina e também de mais de 200 de Curitiba que enfrentam essa mesma situação. Apesar disso, segundo ele, a companhia teria optado por segurar os recursos, cerca de R$ 4 milhões, para garantir que a Esac pague a multa devida pelo rompimento do contrato.
Em nota, a Sanepar lembrou que rompeu o contrato com a Esac no dia 29 de novembro e que, desde então, “não há mais qualquer vínculo” da companhia com a empresa. O comunicado também confirma a decisão em caráter liminar da 1ª Vara Trabalhista de Londrina, a pedido do Sintracom, que obriga o depósito dos créditos da Esac com a Sanepar. A companhia diz que vai aguardar “novas decisões da Justiça”. A CBN também procurou a Esac, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem.
Fonte: CBN Londrina