A greve de pilotos, copilotos e comissários chega ao terceiro dia de paralisações nesta quarta (21), às vésperas do Natal, com atrasos e cancelamentos de voos em ao menos nove aeroportos no país.
As suspensões de decolagens em nove aeroportos entre 6h e 8h continuarão até que a categoria negocie e aceite uma proposta de reajuste e regime de folgas das empresas aéreas. É o que diz o SNA (Sindicato Nacional dos Aeronautas), que representa os tripulantes aéreos.
Até as 8h desta quarta (21), Congonhas registrava nove atrasos e 12 cancelamentos, segundo a Infraero. O Santos Dumont, no Rio, também operado pela empresa pública, teve 14 atrasos e 19 cancelamentos.
No entanto, a Infraero diz que os transtornos podem não ter relação com a greve. O Santos Dumont, especificamente, tem sido afetado desde o início da manhã por fortes chuvas, que causaram atrasos por causa do mau tempo.
Já Guarulhos, o Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, e o Galeão, no Rio, registraram quatro atrasos cada um, até o momento. Em Brasília, havia dois atrasos, e um voo atrasado em Fortaleza.
Na terça (20), as paralisações afetaram ao menos 11 aeroportos no país, já que os atrasos e cancelamentos de decolagens geram um efeito cascata para outros locais. Nesta quarta (21), um dos voos atrasados de Brasília e outro de Congonhas sairiam para Confins, em Belo Horizonte. Outro iria para Cuiabá (MT), e também saiu atrasado de Congonhas.
Segundo o SNA, as paralisações continuarão a ocorrer em Congonhas (São Paulo), Guarulhos (SP), Galeão, Santos Dumont (ambos no Rio), Viracopos (Campinas), Porto Alegre, Fortaleza, Brasília e Confins (Belo Horizonte).
Os aeronautas cobram das empresas aéreas a recomposição salarial pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) e ganho real (acima da inflação) de 5%. Nas cláusulas sociais, pedem a manutenção da convenção coletiva da categoria e a definição dos horários de início e o veto a alterações nos horários de folgas programadas.
“Ainda aguardamos as empresas se manifestarem”, diz o presidente do SNA, Henrique Hacklaender. “Nós também gostaríamos que terminassem [as paralisações], mas as empresas estão sendo intransigentes”, afirma.
Em nota divulgada na terça (20), o Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias) voltou a afirmar que as empresas aéreas têm trabalhado para dar assistência aos passageiros. O sindicato também alegou dificuldades das companhias aéreas por causa do aumento de custos no QAV (querosene de aviação) e o impacto financeiro da pandemia no setor.
Em relação às negociações, o Snea citou no texto a proposta rejeitada pela categoria no domingo (18), com recomposição de perdas da inflação e um ganho real de 0,5%, além da autorização para tripulantes venderem voluntariamente as folgas.
Fonte: Redação Folha de S. Paulo