Futuro ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Lula afirmou que é urgente acabar com os acampamentos de bolsonaristas em Brasília
A partir do dia 1º de janeiro, data da posse do presidente da República diplomado, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o novo governo já atuará para combater os atos golpistas insuflados por apoiadores do atual presidente Jair Bolsonaro (PL), para evitar uma “situação de instabilidade” no país, afirmou o futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, o senador eleito Flávio Dino (PSB-MA), em entrevista à emissora de TV, GloboNews.
“Nós vamos, obviamente, antecipar certos atos, porque não pode haver vazio de poder. Então isso não ocorrerá, no sentido de que já nas primeiras horas do dia 1º, vamos tomar providências para que não ocorra essa situação de instabilidade”, disse.
“Isso se refere ao conjunto das instituições que estão sob o comando do Ministério da Justiça e ao restante do governo”, afirmou o futuro ministro.
Dino vem sendo uma voz ativa nas investigações da tentativa frustrada de atentado terrorista bolsonarista em Brasília. O terrorista George Washington Sousa tentou explodir uma bomba na área do Aeroporto Internacional de Brasília, neste sábado (24), e admitiu em depoimento na 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul) a motivação política do crime. Ele, que figurava nos acampamentos golpistas de bolsonaristas na capital federal, também confessou que estava planejando o atentado para o dia da posse de Lula.
Nesse contexto, Dino afirmou que é urgente acabar com os acampamentos de bolsonaristas. Ele declarou que espera “providências” nesta semana das Forças Armadas e do atual governo para desmobilizar os manifestantes.
“Em relação às Forças Armadas, esperamos providências nesta semana. Já houve diminuição deste acampamento [em Brasília]. É hora de pôr fim a isso, é urgente que isso ocorra uma vez que por todas essas razões. É algo incompatível com a Constituição, e isso se refere a todo o território nacional”, disse Dino.
“Imagino que as Forças Armadas vão debater isso, especialmente o Exército. Na próxima semana estaremos no governo e todas as providências serão tomadas, inclusive sobre crimes anteriores”, completou.
O futuro ministro reforçou que esses fatos não podem ser banalizados. “Nunca vimos isso antes. Pessoas querendo impedir posse presidencial de modo violento. Não é um fato engraçado, pitoresco, é um mal que não pode ser banalizado”, disse Dino.
Moraes manda prender mais dois bolsonaristas
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou a prisão dos bolsonaristas Oswaldo Eustáquio e Bismark Fugazza, ligados ao canal Hipócritas no YouTube. Os dois têm participado e incentivado as manifestações recentes que pedem um golpe militar contra a posse do presidente diplomado Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Eustáquio chegou a ser preso pela Polícia Federal em 2020, por determinação de uma ordem de Moraes nos autos do inquérito dos atos antidemocráticos ocorridos naquele ano. Já a prisão de Bismark é pelo que tem feito ostensivamente em favor dos atos golpistas.
Fonte: Redação CUT