Em um canto movimentado da zona Norte de Londrina, na Avenida Saul Elkind, a Escola Londrinense de Circo atravessa tempos difíceis. A Escola, administrada pela Associação Londrinense de Circo, enfrenta desafios para continuar suas atividades, que envolvem educação, arte e inclusão social. Para cobrir despesas que os projetos governamentais não alcançam, a organização lançou uma campanha de rifas a fim de obter apoio da comunidade.
A campanha “Amigos do Circo” oferece como prêmio duas camisetas autografadas por ex-jogadores de futebol do Santos e do Coritiba, mas o verdadeiro objetivo vai além do prêmio.
Sérgio Oliveira, um dos responsáveis pela escola, explica: “A ideia surgiu para ajudar nas despesas que temos com gastos fixos e excedentes que os projetos junto ao governo não cobrem. Nosso objetivo é manter a continuidade das atividades e dar suporte aos alunos, crianças, jovens e idosos, que encontram no circo uma oportunidade de aprendizado e convivência.”
A campanha encerra no dia 19 de outubro com uma festa na sede da Escola de Circo, onde será realizado o sorteio das camisetas. Além de arrecadar fundos, o evento busca aproximar a comunidade e reforçar o papel social da escola, que há mais de duas décadas atua na cidade.
A longa caminhada
Fundada há mais de 20 anos, a Escola Londrinense de Circo não é apenas um projeto educacional, mas parte de um esforço contínuo para incluir socialmente jovens de áreas periféricas. “Trabalhamos com políticas públicas na Assistência Social, Educação, Esporte e Cultura. Nossas ações envolvem todas as faixas etárias e promovem interações entre gerações, algo essencial nos dias de hoje”, conta Sérgio.
Mesmo com todo esse histórico, a Escola enfrenta dificuldades para financiar suas operações. Atualmente, a manutenção é dividida entre recursos públicos oriundos de convênios com a educação e a cultura, e iniciativas de sustentabilidade como oficinas e apresentações artísticas. “Sem esses esforços, a escola já teria fechado as portas”, afirma o responsável.
Há cinco anos sem o apoio do Programa Municipal de Incentivo à Cultura (PROMIC), que antes financiava as aulas de circo, a Escola Londrinense de Circo teve de reduzir o número de alunos atendidos. A ausência de financiamento afeta não só a Escola, mas o potencial impacto que ela poderia ter na formação cultural e profissional de jovens em situação de vulnerabilidade.
“Hoje atendemos 15 jovens no processo de formação intermediária e avançada, mas poderíamos atender muitos mais se tivéssemos recursos para oferecer as aulas de iniciação”, ele complementa.
Ações transformadoras
Mesmo com as dificuldades financeiras, o trabalho realizado pela Associação continua a alcançar diversas esferas da sociedade. Em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, através do programa VENCER, a Escola de Circo atende diretamente mais de 2 mil crianças em 48 escolas municipais, oferecendo oficinas de circo, balé, ginástica rítmica, teatro e psicomotricidade.
“Esse é o nosso maior projeto atual. Trabalhamos de segunda a sexta-feira com essas crianças, muitas delas em distritos rurais, e contamos com uma equipe de 32 colaboradores”, conta.
Além das crianças, o projeto Dançarte, em parceria com a Secretaria do Idoso, também envolve cerca de 350 idosos em oficinas de dança, reforçando o papel da Associação como um polo cultural e educacional de Londrina.
Desafios e resistência
Entre as dificuldades enfrentadas pela Escola, Sérgio destaca a falta de compreensão e incentivo do poder público. “O apoio é sempre insuficiente. Poderíamos estar transformando muito mais vidas se houvesse uma atenção especial aos jovens da periferia. São eles que mais precisam de alternativas de renda e inclusão social, e o circo é uma dessas alternativas”, reflete.
A falta de recursos atinge não só a continuidade dos cursos, mas também a manutenção do espaço físico da escola, que depende de iniciativas como a rifa para cobrir despesas operacionais, como material de expediente, limpeza, alimentação e internet. “O que arrecadamos é sempre muito justo. Cada nova ação de captação de recursos é vital para que possamos seguir funcionando”, diz Sérgio.
Como contribuir
Aqueles que desejam apoiar a Escola Londrinense de Circo podem comprar as rifas diretamente na sede da Escola, localizada na Avenida Saul Elkind, nª 790, ou pelo telefone disponibilizado pela Associação (43) 3322-3708. A rifa é uma maneira de contribuir diretamente para a manutenção do espaço, mas também de garantir que as atividades artísticas e culturais sigam existindo em Londrina.
“Nosso maior desejo é poder continuar levando a arte circense a todos os cantos da cidade, e para isso precisamos de apoio, seja das pessoas, seja do poder público. O circo é uma ferramenta de transformação, e precisamos manter essa chama acesa”, conclui Sérgio.
Para mais informações sobre as atividades e a campanha de rifas, a Associação Londrinense de Circo mantém atualizações em suas redes sociais.
Serviço
Rifa despesas Escola de Circo Londrina
R$10 cada número
O sorteio será realizado no dia 19 de outubro, sábado, às 11h na Escola de Circo (Av. Saul Elkind, nº 790)
Mais informações: (43) 3322- 3708
Matéria do estagiário Jader Vinicius Cruz sob supervisão.