A casa é uma mercadoria especial e vai aquém dos salários e rendimentos das pessoas e o Estado é essencial aqui. Política de transição busca uma nova forma de pensar a moradia, combinando aluguel social e retomar novas moradia na minha casa minha vida, buscando sair da periferização das cidades. Essa linha é interessante e é importante nesse processo de transição, discutirmos sobre a questão de curto e médio prazo e de uma demanda popular importantíssima para os dias de hoje.
Como estamos na urgência a vida, com pessoas passando fome, acabamos focando principalmente nas políticas mais urgentes como a segurança alimentar e a política social, o que de fato, deve ser a urgência. No entanto, a discussão das cidades e da moradia tabém é importantíssima, dada as demandas também de periferização da cidade, de pessoas sem teto. Para quem está na rua, o teto também é uma emergência.
Nesse sentido, primeiro, é importante e salutar retomar a ideia de sair de uma periferização da cidade e pensar em políticas emergências que coloquem as pessoas nos lugares onde já há estrutura de serviços e direitos. A periferização das cidades defitivimente é um erro de políticas de moradia que datam de anos, pois a expulsão territorial dos pobres cria problemas de demanda de transporte público, de dificuldades para acesso de trabalho e de direitos. Além de aumentar a superexploração do trabalho, pois se incorporarmos ao tempo de trabalho, o tempo de transporte do trabalhador, podemos colocar horas a mais na conta do trabalhador brasileiro que mora nos grandes centros.
Outro dado importante dessa transição, é a importância da retomada da Minha Casa e Minha vida, e nesse sentido, da retomada de investimentos públicos e do crédito público. Como falo sistematicamente, a importância do Gasto público em políticas é fundamental nesse tempo de depressão e na criação de um ciclo puxado pelos direitos dos trabalhadores. Isso é fundamental, para contrapor o modelo desigual, liderado pelo desmatamento e pela transferência de renda aos acionistas da Petrobras.
No entanto, é importante trazer outros dois elementos de balanço do processo do Minha Casa Minha Vida. Que é o construtor das casas. Quais setores vamos estimular na indústria de moradias? Um erro do Minha Casa Minha Vida foi que o crédito subsidiado estimulou os setores de grandes construtoras e inflacionou os preços de bens básicos nas periferias. E, a dimensão popular da Minha Casa Minha foi relegada, isto é, o Minha casa Minha Vida que era crédito subsidiado para as entidades populares produzirem casas.
Nesse sentido, precisamos debate esse elemento nesse novo projeto. O estímulo da indústria da economia popular passa por entender que os setores populares podem ser protagonistas na construção de casas. E, além disso, é pensar numa política industrial ligada a essa missão de resolver um problema histórico que é o déficit habitacional na cidade. Esse processo irradiaria tanto fluxos monetários capazes de girar dinâmica econômica na realização de salários que geram empregos e renda progressivamente, como fortaleceria os sujeitos políticos, isto é, os movimentos sociais, criando referência de coletividade e comunidade, ao invés da lógica individualista do mercado.
E nessa dimensão, é possível o investimento em tecnologia de informação por meio dos serviços públicos que assessorariam esses movimentos, criando uma parceria público-comunitária, por meio de logística e da introdução de novas formas de tecnologia de gestão que fortalecessem mecanismos participativos na construção de casas. Lógico, isso é um processo que vai ter de ser construído. No curto prazo, a ideia é reconstruir o país da catástrofe econômica do teto de gastos, do orçamento secreto e das obras paradas. Para isso, resgatar a política de crédito e uma política de moradia que garanta com que as pessoas possam morar e ter um teto para ontem.