Movimentos dizem que tarifa de R$ 5,75 compromete a renda dos trabalhadores e trabalhadoras em Londrina; ato acontece em frente no Calçadão na quarta (10)
Os núcleos da Alternativa Popular em Londrina – Movimento Autônomo Popular (MAP), Federação Autônoma Estudantil (FAE) e Sindicato Independente dos Trabalhadores (SITrabalhadores) – promovem protesto contra o aumento da passagem de ônibus nesta quarta-feira, dia 10. A concentração será às 18h, em frente ao Cine Teatro Ouro Verde.
Desde o primeiro dia de 2024 a tarifa do transporte coletivo em Londrina subiu de R$ 4,80 para R$ 5,75, um aumento de 19,8%. Para os movimentos, o valor é um “roubo” e os índices econômicos não justificam o aumento, a exemplo da prévia da inflação.
O movimento, que responde coletivamente, destaca que grande parte dos trabalhadores e trabalhadoras dependem exclusivamente do transporte público para se locomover e o custo compromete o orçamento.
“O salário mínimo continua arrochado, mal dá para os custos de vida, e a tarifa segue subindo, ano após ano, prejudicando profundamente nosso povo. Em um mês, um trabalhador deve gastar quase 200 reais só com o preço das passagens, é um absurdo”, destacam.
Para os trabalhadores informais, o aumento no preço da passagem representa um outro agravante. “Essa fração da nossa classe já sofre profundamente com negação de direitos sociais e criminalização de seu ganha pão. O aumento da tarifa dificulta ainda mais o acesso a uma vida digna.”
Luta por transporte público de fato
Para os movimentos que integram a Alternativa Popular, a concessão do serviço de transporte coletivo transfere o foco para os lucros das empresas e inviabiliza a melhoria da qualidade da operação.
“A TCGL é uma empresa que trabalha sob o regime de concessão de serviço público, ou seja, estaria prestando um serviço para a população no lugar da prefeitura, com um fim social, não privado. A TCGL não explora atividade econômica, não trabalha com concorrência. Se fosse assim, escolheríamos outra empresa com tarifa mais baixa e melhores serviços e pronto”, destacam.
De acordo com a prefeitura, a TCGL (Transporte Coletivo Grande Londrina) opera prioritariamente nas regiões norte, leste e oeste com 222 ônibus e a Londrisul no centro, sul e leste, com 134 veículos. De acordo com o portal G1, somente de janeiro a maio de 2023 as empresas receberam aporte de R$ 33 milhões da prefeitura.
“Recebem uma grana gigantesca da prefeitura para prestar um serviço ruim e caro. Precisamos cada dia mais lutar pela conquista do passe livre e por um transporte público de fato, de qualidade e sob gestão dos trabalhadores do transporte e das comunidades.”, afirma a Alternativa Popular.
Diariamente, em média 45 mil pessoas utilizam o serviço de transporte público em Londrina, contabilizando cerca de 89 mil passagens.
Os movimentos esperam atrair muitos participantes no protesto da próxima quarta-feira por se tratar de um tema de interesse de toda a sociedade.
“Acreditamos que o ato será massificado, pois a pauta vai ao encontro direto do povo londrinense, praticamente ninguém defende o aumento, muito pelo contrário. É uma grande oportunidade de conquistar não só a queda do aumento mas também o passe livre para todos. E que essa luta impulsione outras lutas do povo trabalhador, dos explorados e dos oprimidos.”
Na última sexta-feira, movimentos populares, sindicatos, partidos e outros coletivos se reuniram em plenária para debater o aumento da passagem.
Fonte: Rede Lume