Em vídeo postado no Instagram, a artista londrinense Preta Mar expõe a situação e alerta para que outras vítimas de racismo em Londrina denunciem o crime no Disk 100
Duas amigas foram vítimas de racismo enquanto compravam bijuterias numa loja do Centro de Londrina, nesta terça-feira (13). A artista londrinense Preta Mar foi quem postou um vídeo denunciando a situação que enfrentou com uma amiga Dayo no comércio da cidade.
Em post no Instagram, ela colocou o vídeo do momento em que elas experimentavam brincos no interior da loja e passaram a ser seguidas por um funcionário. Elas decidiram gravar para expor a atitude racista, mas, em muitos momentos da filmagem, ficou claro que elas estavam completamente consternadas.
No início do vídeo, Preta Mar e a amiga percebem que estão sendo seguidas de longe por um homem de máscara dentro da loja sempre que mudavam de corredor. Em determinado momento, ele se aproxima e aborda as moças, justificando que elas não poderiam experimentar os brincos.
Só que elas estava apenas segurando as bijuterias em frente ao rosto, como outras clientes do local. Nessa hora, o rapaz discute com a artista e diz: “Tudo gente macaco.” Preta Mar pede, então, que ele se afaste, para elas seguirem comprando, mas ele decide permanecer ao lado delas. Neste momento, a artista aparece no vídeo, contendo as lágrimas.
“Você tá me tratando como alguém que é necessário você tá atrás. Você não precisa estar atrás de mim”, diz a artista, dispensando a suposta “ajuda” do funcionário e pedindo que ele não invada seu espaço. Em seguida, a amiga o acusa de racismo. “O senhor está sendo racista. Exatamente, é isso que você está sendo, você está sendo racista”, repete.
Depois de pagar pelos produtos escolhidos, as amigas fazem questão de mostrar a nota fiscal da compra ao funcionário, que continua seguindo-as até a porta da loja. “Ficou cercando a gente, tratando a gente que nem um lixo”, finaliza a artista, no vídeo.
“Hoje eu e uma amiga passamos por uma situação extremamente humilhante, bem inseguras resolvemos expor depois de relatos parecidos.
É inacreditável ver como passa invisível esse tipo de situação ao olhar alheio e como muitas já passaram por situações parecidas no mesmo lugar.
Foi desconfortável, foi tirado fotos nossas por simplesmente entrarmos em uma loja e demorarmos pra escolher algo.
Sei lá, desabafo na humildade mesmo, é violento ser tratado igual verme quando se é um ser humano existindo.
Ninguém questionou a situação, imagine em situações piores, é foda!
DENUNCIEM esses tipos de casos disk 100 e relate o que aconteceu, pode ser de forma anônima, ou vá a delegacia mais próxima.”, diz o relato da artista na legenda do post.
O post já teve mais de 4.8 mil visualizações e mais de 80 comentários citando outros casos de racismo cometidos no mesmo estabelecimento.
As amigas decidiram denunciar a loja por crime de racismo pelo Disk 100 e informaram que irão reforçar a denúncia na delegacia. Preta Mar, que é integrante do Movimento Negro em Londrina, pretende chamar um ato na frente da loja nesta sexta-feira (16).
Enquanto o crime de racismo discrimina a integralidade de uma raça, a injúria racial consiste em ofender a honra de um indivíduo, se valendo de raça, cor, etnia, religião ou origem. Saiba mais nesta reportagem da Rede Lume de novembro de 2021.
Fonte: Redação Lume