Em menos de 48 horas, Umuarama trocou de prefeito duas vezes por decisões judiciais
A decisão da quarta-feira (27) do Tribunal de Justiça do Paraná permitiu que Celso Pozzobom (PSC) voltasse a ser prefeito de Umuarama. É a terceira vez desde 2021 que Pozzobom retorna à prefeitura após ser cassado pela Justiça, que suspeita uma possível participação do prefeito em uma organização criminosa que desviou R$ 19 milhões dos cofres públicos na área da saúde.
As duas cassações de Pozzobom permitiram que o seu cargo estivesse ocupado pelo seu vice, Hermes Pimentel (PSDB), que poderá tornar-se novamente prefeito de Umuarama nos próximos meses em caso de condenação de Pozzobom. Atualmente ele responde de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva mas a defesa do prefeito nega estas alegações.
Em menos de 48 horas, Umuarama trocou de prefeito três vezes. Na terça-feira (26), Pimentel havia retomado o cargo após o novo afastamento de Pozzobom por parte dos juízes da 4ª Seção do TJ-PR. Esta decisão levou a uma revolução institucional, uma vez que os representantes de 20 das 22 secretárias foram trocados e mais de 50 funcionários foram exonerados.
Com a volta de Pozzobom, os chefes das secretarias voltaram aos seus cargos. Uma mudança semelhante também aconteceu em 2021, depois que o mandato de Pozzobom foi cassado pelo desembargador TJ após a Operação Metástase. Nessa investigação, o MP do Paraná identificou uma organização criminosa interessada em desviar dinheiro público do sistema de saúde local no meio da crise pandêmica, mas os investigadores do Gaeco teriam juntado indícios que podem datar essa prática desde 2017.
De acordo com a denúncia apresentada pelo MP, um cheque de R$ 54 mil foi desviado da Associação Beneficente do Noroeste do Paraná (Norospar) para pagar parte do imóvel de Pozzobom. Em total, porém, o atual prefeito de Umuarama teria pago quase R$ 120 mil à empresa que construiu o seu apartamento, por conta disso em 2021 a Justiça bloqueou este mesmo valor em suas contas bancárias. As provas contra Bozzobom serviram de base para a decisão do desembargador Laertes Ferreira Gomes, do Tribunal de Justiça do Paraná, que afastou Pozzobom do cargo em setembro de 2021.
Em janeiro de 2022 foi também cassado pela Câmara dos Vereadores, mas esta decisão foi suspensa doze meses depois pela magistrada Regina Helena Afonso de Oliveira Portes por irregularidades no processo de cassação. Em julho de 2023, o TJ derrubou também a cassação decidida pelo mesmo Tribunal em 2021 porque venceu o prazo no cumprimento da medida cautelar.
Fonte: Jornal Plural de Curitiba