Nesta semana, o governador Ratinho Júnior (PSD) voltou a defender projeto de lei que prevê o repasse da administração de 200 escolas estaduais para iniciativa privada. A iniciativa nomeada programa ‘Parceiro da Escola’, autoriza que diversos serviços como segurança, limpeza, oferta de merenda e contratação, via CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), de professores não efetivos seja realizada por empresas particulares (saiba mais aqui).
Para tentar barrar o avanço do projeto, a APP-Sindicato (Sindicato dos Professores e Funcionários de Escola do Paraná) convocou assembleia extraordinária virtual para este sábado (25), com primeira chamada às 14h e segunda às 14h30. Podem participar da reunião, trabalhadores sindicalizados e não sindicalizados.
Os educadores devem entrar no site da APP, ir em ‘Minha Sindicalização’, preencher ‘Meu cadastro’ e depois seguir para ‘Inscrições’. Lembrando que todos devem se cadastrar. No dia da assembleia, será enviado o link para acesso à videoconferência no e-mail cadastrado.
“Dada a urgência do assunto não houve nem tempo de procurar um local, verificar transporte que é articulação muito grande que se precisa fazer por isso será uma assembleia virtual e vamos debater com muita seriedade, apresentar todos os argumentos e juntos coletivamente, vamos decidir quais os melhores encaminhamentos que poderemos tomar para resistir e tentar evitar que isso aconteça porque não há nenhuma dúvida dos prejuízos para toda a sociedade paranaense, esse absurdo de querer privatizar as escolas públicas no estado”, explica Márcio André Ribeiro, professor da rede estadual e presidente da APP-Sindicato – Núcleo Londrina.
Também em entrevista ao Portal Verdade, Wakiria Mazeto, presidenta da APP-Sindicato, compartilhou que a deflagração de greve, caso o projeto seja aprovado, não está descartada.
“Faremos uma assembleia com professores e funcionários para definir como vamos enfrentar o estado para garantir as nossas escolas na sua forma pública. E, possivelmente, entre as proposições que vão ser levadas à assembleia, tem sim a proposta de deflagração de uma greve. É uma greve não por salário, não por carreira, não por melhoria para nós. É uma greve para garantir que a escola pública neste estado continue sendo pública”, diz.
Para ela, este momento é de ‘guerra em defesa da escola pública’ no estado. “Que a escola do centro de Londrina ou do bairro tenha a mesma condição de acolher, ensinar e fazer com que os nossos estudantes e as nossas estudantes, que os nossos filhos e filhas possam ter uma educação pública de qualidade”, acrescenta a liderança.
Nas redes sociais, a entidade também chamou atenção para o descaso de Ratinho frente à educação pública no estado. Acompanhe vídeo na íntegra:
Franciele Rodrigues
Jornalista e cientista social. Atualmente, é doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Tem desenvolvido pesquisas sobre gênero, religião e pensamento decolonial. É uma das criadoras do "O que elas pensam?", um podcast sobre política na perspectiva de mulheres.