Formada em Artes Cênicas pela Universidade Estadual de Londrina, a cantora, compositora, rapper, MC e atriz, Luli Rodrigues, popularmente apresentada como Luli Mc, é um dos ícones importantes do hip hop londrinense. Seu primeiro single “Disparo” foi lançado em 2021.
Na sexta-feira (19), a artista retornou as plataformas com o lançamento do primeiro álbum “Pede Agô”, que em 10 músicas, aborda temas como fé, racismo, desigualdade social e de gênero.
Em sua jornada musical, Rodrigues aposta na diversidade de ritmos para expressar as várias facetas de sua arte. A artista destaca a importância de romper com rótulos e explorar diferentes de estilos. “Quando eu estava gravando, senti a necessidade de mostrar que sou uma artista multifacetada. Não quero ser limitada a um único gênero, como trap ou drill. Quero poder explorar diferentes estilos”, afirma.
Luli menciona sua música “Pior Final do Mundo” como exemplo dessa variedade, com uma diversidade de batidas. E ao pensar em seu álbum, ela enfatiza a necessidade de manter essa diversidade para valorizar suas habilidades e mostrar ao público que ela é uma artista eclética, “Não sou apenas do trap, afrobeat ou boom bap. Eu faço música. Se colocar uma música, eu vou”.
O disco, passa pelo trap entre outros elementos do estilo de vida contemporâneo. Ao escrever sua obra, a MC aborda a complexidade de suas experiências e referências.
“Algumas batidas têm mais a ver com momentos tensos, né? Acho que alguns drills e traps eu tava mais na vibe de falar sobre antirracismo, estava mais na vibe de falar de desigualdade social. E aí, por um tempo com as mudanças dos beats, eu fui começando a diversificar. Também falei algumas coisas sobre lifestyle e sobre o que a gente quer nessa vida, né? A vida de uma mulher preta que se relaciona com MCs, né? Mulheres no geral”, pondera a artista.
“Pede Agô” também fala sobre importância da segurança e da comunidade, se referindo à necessidade de estar cercada pela “matilha” ao sair para eventos, como forma de se proteger de situações indesejáveis. Além disso, suas letras abordam temas como motivação e resiliência, explorando como lidar com a frustração e perseguir os sonhos em meio a uma rotina que muitas vezes oprime.
“Como é que é possível resistir a isso? Como é que é possível ser feliz se você está sufocado pelos seus sonhos dentro de uma rotina que não te cabe? Então as inspirações e motivações foram coisas que eu estava assistindo ali nos meus dias”, expressa.
Multiplicidade
A perspectiva singular de Luli, que entrelaça e complementa suas habilidades artísticas, permite que a MC apresente cada aspecto de sua expressão artística de forma coesa em uma narrativa.
“Por mais desafiador que seja equilibrar diferentes papéis, percebo que todos os meus trabalhos convergem para a mesma essência. Na escrita de roteiros, por exemplo, conto histórias, e o mesmo acontece em minhas músicas. Quando atuo, interpreto personagens distintos, cada um dando voz a uma história única”, explica Rodrigues.
Para a cantora, ela chegou onde chegou por sempre trabalhar com a interconexão entre suas personas, onde cada uma influência a outra. “Eu interpreto alguém, a Luli Mc acaba no palco se transformando em algo para ler. Além de mim, Luana, que anda por aí, vive sua vida no palco, eu suporto a voz de uma mensagem, sabe? E aí eu acredito que todas essas coisas, elas se costuram, elas se amarram e elas se dá nós cegos entre si. Porque eu não conseguiria, por exemplo, desfazer um nó que existe entre a Luli Mc e a Luli atriz. Porque a Luli Mc é como ela é porque a Luli atriz existe”, conclui.
Confira
“Pede Agô”, é uma parceria entre Luli Rodrigues e Dj Samu Aka Suguiura. Você pode acompanhar o lançamento pelo canal do Youtube e nas redes sociais da artista.