Em tempos de retrocesso, o assédio eleitoral contra trabalhadores tem crescido e ganhado espaço nas eleições presidenciais deste ano. Segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT), foram 197 denúncias desde o começo das eleições e mais da metade delas na região Sul do Brasil. O Paraná lidera o ranking com 42 denúncias. Nos casos que têm vindo à tona, patrões ameaçam com demissão, oferecem dinheiro ou até falam em ficar com os documentos para impedir que os trabalhadores votem. Na maior parte dos casos o alvo são trabalhadores que sinalizam a intenção de votar contra a reeleição de Jair Bolsonaro (PL) à presidência da República. A prática lembra o voto de cabresto, dos tempos da República Velha (1889-1930), quando os patrões forçavam seus funcionários a votar em seus candidatos. E como o voto não era secreto na época, a pressão surtia efeito. No Brasil que desmontou direitos trabalhistas, é mais um retrocesso que nos leva ao passado.