Evento será neste domingo (03), ao longo de todo o dia. Comunidade é formada por mais de 500 famílias e leva o título de maior assentamento localizado em uma região metropolitana do Brasil
O Assentamento Eli Vive, localizado no distrito de Lerroville, de Londrina, norte do Paraná, se prepara para uma grande comemoração de 15 anos de conquista da comunidade. As festividades estão marcadas para o dia 3 de março, com programação o dia todo.
A festa começa às 10h com a tradicional Cavalgada organizada pela comitiva Eli Vive, que está na 4ª edição. O passeio a cavalo acontecerá dentro do assentamento, com o objetivo de mostrar a força e a união da comunidade. Em seguida, às 12h, haverá almoço com churrasco acompanhado de salada e mandioca, a R$ 45 o quilo.
As crianças vão se divertir com diversos jogos e atividades montadas no local. Às 15h, haverá o sorteio de uma rifa, que terá como prêmios uma novilha, uma ovelha e um porco.
A animação ficará por conta de artistas populares locais, como grupo Geração Nativa, a dupla Ribeiro e Matheus e outros convidados, tradicional música sertaneja. O ponto alto da noite é o Grande Baile da Reforma Agrária, que começa às 18h e segue noite adentro.
Este dia também marcará a comemoração dos 33 anos do MST na região norte do Paraná, um testemunho das lutas duradouras e das conquistas das famílias Sem terra que cultivam e produzem alimentos de forma sustentável.
História do Assentamento
Ocupado em 19 de fevereiro de 2009, o território onde hoje está o Assentamento Eli Vive I e II, tem 7.313,06 hectares, tornando-se o maior assentamento localizado em uma região metropolitana do Brasil. Atualmente, é local de moradia e vida digna para mais de 500 famílias, envolvidas na produção de diversos produtos livres de transgênicos e agrotóxicos.
O assentamento tornou-se referência, principalmente pela doação de 100 toneladas de alimentos para a periferia de Londrina desde a pandemia da Covid-19, e pelo abastecimento de programas nacionais de Alimentação Escolar (PNAE) e de Aquisição de Alimentos (PAA).
Registro de integrantes do Coletivo de Mulheres da comunidade, que produzem alimentos orgânicos, nos preparativos para uma doação de alimentos em 2022. Foto: Juliana Barbosa/MST-PR
A maior parte da produção do assentamento é processada e comercializada pela própria comunidade, por meio da Cooperativa Agroindustrial de Produção e Comercialização Conquista (COPACON). Em 2023, a cooperativa registrou uma produtividade de 1.220 toneladas de alimentos, impactando diretamente as escolas locais e contribuindo para a alimentação saudável de mais de 81 mil alunos da região.
Em julho de 2022, a Cooperativa inaugurou a agroindústria de derivados de milho livre de transgênicos, um passo importante na transição para uma produção de alimentos mais saudáveis e acessíveis à toda população.
Entre as conquistas do assentamento está o Mercado Campo Vivo, inaugurado em março de 2021, que oferece aos moradores acesso conveniente a produtos de origem local e livres de transgênicos e agrotóxicos.
A educação no assentamento é fornecida pela escola estadual Maria Aparecida Rosignol Franciosi e pela escola municipal Trabalho e Saber, atendendo 330 estudantes, que têm oportunidade de acessar o direito à educação na própria comunidade, sem necessidade de deslocamento até a cidade. A comunidade aguarda a conclusão da nova escola Trabalho e Saber, inteiramente construída com esforços comunitários e com inauguração prevista para o final de agosto.
O acesso ao atendimento básico de saúde vai ganhar reforço com a construção de uma Unidade Básica de Saúde no Campo (UBS), que está em obras. Ele servirá de apoio aos profissionais de saúde que atendem a comunidade e, principalmente, para garantir que a população do assentamento não precise se deslocar até a cidade para garantir atendimento.
Conquistas comunitárias de lazer e esportes
A vida comunitária no Assentamento Eli Vive inclui diversas atividades de lazer, entre elas o futebol. As 40 mulheres que compõem o coletivo de futebol Eli Vive participam ativamente de torneios e amistosos na região, e utilizam o esporte para fortalecer os direitos das mulheres nas áreas rurais.
Fonte: Setor de Comunicação e Cultura do MST PR