Repórteres do Plural não estavam no acampamento, mas mesmo uma quadra distante bolsonaristas tentaram intimidar equipe
Após a ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para que acampamentos antidemocráticos fossem desmontados em todo país, a reportagem do Plural visitou dois deles em Curitiba: um no Bacacheri e outro no Pinheirinho, nesta segunda-feira (9). No segundo acampamento a equipe foi hostilizada e uma pessoa tentou agredir uma jornalista.
De acordo com o Governo do Estado determinação do STF foi recebida oficialmente por volta das 16 horas. Em nota, a PM afirmou que “as forças de segurança já trabalham na desmobilização dos atos em frente quartéis do Paraná desde que tomou conhecimento da decisão”.
No entanto, na tarde desta segunda (9), policiais que estavam na frente do forte do Pinheirinho disseram que ainda não havia nenhuma determinação do comando para que a PM agisse.
As repórteres Aline Reis e Tami Taketani, do Plural, bem como outras equipes de imprensa, como RIC TV e Band, foram até o acampamento para verificar se já havia alguma movimentação de desmanche. Até por volta das 16h, os manifestantes continuavam ocupando o local sem nenhuma represália.
Ao perceberem que as jornalistas estavam fotografando o local – ainda que de longe, sem se aproximar do núcleo do acampamento, um grupo de bolsonaristas se aproximou e afirmou que ninguém tinha permissão para fazer imagens do local.
Ao mesmo tempo, uma jovem começou a filmar as repórteres. Uma viatura da Polícia Militar se aproximou e durante cerca de cinco minutos ouviu as reclamações dos bolsonaristas contra as repórteres. Eles argumentavam que não era permitido filmar e embora as jornalistas já tivessem explicado que não há nenhuma restrição legal em registrar imagens em locais públicos, os bolsonaristas continuaram agir de forma agressiva.
Uma das integrantes chegou a usar uma sombrinha para tentar atingir a jornalista Aline Reis. Os policiais sugeriram que um boletim de ocorrência fosse registrado, mas tanto bolsonaristas quanto a equipe de reportagem declinaram.
Outros atos antidemocráticos
Pela manhã, a fotojornalista Tami Taketani esteve no Bacacheri, onde o movimento era mais tranquilo e menos agressivo. O número de manifestantes diminuiu bastante, sobretudo após a determinação do STF.
Na refinaria Getúlio Vargas (Refar), em Araucária, após o fechamento das rodovias por grupos golpistas no domingo (8), a PM e a PRF conseguiram liberar o fluxo de forma mais rápida.
Nesta segunda-feira (9), o movimento era normal. Uma viatura da Polícia Militar foi alocada na entrada. Funcionários afirmaram que não podiam comentar nada sobre a situação, mas disseram que o trabalho seguia sem alterações.
A expectativa é de que os acampamentos em Curitiba sejam totalmente retirados até o fim da tarde desta terça-feira (10).
Fonte: Redação Plural