Benevolência com vereadores custou cerca de R$ 360 mil aos cofres públicos ao longo do ano
A Câmara de Curitiba aprovou todas as 594 justificativas apresentadas pelos vereadores para faltarem a sessões plenárias durante o ano. Alegando “atividades inerentes ao mandato”, os vereadores conseguem se livrar do desconto que teriam em seus vencimentos como determina o regimento.
Em tese, a cada dia em que o vereador não comparece às sessões, perde 1/30 de seu salário, que hoje está perto de R$ 20 mil. Ou seja: cada ausência injustificada custaria cerca de R$ 600 ao político. No entanto, as justificativas, ano a ano, seguem sendo aprovadas sem muita discussão.
Em geral, os vereadores nem se dão muito ao trabalho de detalhar o motivo de não responder a chamada ou não ter comparecido. Dizem que estavam atendendo alguém no gabinete ou que se distraíram falando com a população numa sala ao lado do plenário. Mesmo assim, as justificativas são sempre aprovadas por unanimidade – nesse caso, não há nem mesmo divisão entre esquerda e direita, situação e oposição.
No total, a benevolência da Câmara com as ausências em plenário custou cerca de R$ 360 mil ao erário.
O vereador que mais teve justificativas aprovadas em 2023 foi Angelo Vanhoni (PT). Foram 92 casos em que ele perdeu uma das chamadas feitas durante a sessão. A A diferença no contracheque caso tivesse havido os descontos passa de R$ 55 mil.
O primeiro-secretário da Câmara, Osias Moraes (Republicanos), que afirmou recentemente não ganhar o suficiente para ter um carro próprio, teve 22 justificativas aprovadas. Só com isso economizou perto de R$ 14 mil.
Fonte: Jornal Plural