DIREITOSÚltimas Notícias

Câmara debate desafios de implementar a valorização dos profissionais da educação

Vice-presidenta da CNTE, Marlei Fernandes, aponta terceirização de profissionais como ameaça à valorização da classe

Da merendeira aos diretores de escola, a valorização dos profissionais da educação foi destacada como fator determinante para a garantia da educação de qualidade. Na última quinta-feira (20), a Câmara dos Deputados promoveu uma audiência pública para tratar os desafios de regulamentar e implementar a Lei n.º 14.817, de 16 de janeiro de 2024, que estabelece as diretrizes para a valorização dos profissionais da educação escolar básica. 

O debate foi realizado na Comissão de Educação da casa a pedido da deputada Socorro Neri (PP/AC). O evento contou com a participação de várias entidades da educação, como a Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação (CNTE) , representada na ocasião pela vice-presidenta, Marlei Fernandes.

Segundo elucidou a deputada, os principais pontos da lei incluem uma remuneração justa, o incentivo à formação e capacitação, a adoção de carga horária adequada, medidas de valorização da carreira, além de boas condições de trabalho.

“A implementação dessa lei é crucial para a qualidade do ensino e para a criação de um ambiente estimulante para os profissionais da educação. Contudo, o processo de regulamentação e aplicação prática destas diretrizes exige um diálogo aprofundado entre os diversos atores da educação”, justificou a parlamentar.

Desafios e ameaças

Segundo avaliou a vice-presidenta da CNTE, Marlei Fernandes, a lei em discussão carrega grande importância ao condensar os principais elementos estabelecidos pela Constituição Federal, pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), Lei do Piso Salarial, diretrizes do Conselho Nacional de Educação, entre outras legislações que compõem o cenário de valorização do profissional educador. 

Porém, questões como o avanço da terceirização desses trabalhadores e a tentativa de inserir outros profissionais que não são da educação no rol de educadores tem dificultado o alcance de uma valorização profissional. 

“A terceirização e os contratos temporários desses funcionários é um dos principais desafios. Temos uma campanha que diz “Sou funcionário, mas também educo”, para reforçar o discurso de que o profissional da educação também desempenha um papel educativo essencial dentro das escolas”, mencionou.

Foto: Reprodução

“Além disso, vivemos um momento complexo, em que várias outras profissões pretendem entrar no rol de profissionais da educação. A LDB, assim como outras legislações deixam claro que os profissionais da educação são os que exercem a docência, funções no suporte pedagógico, na direção, planejamento, supervisão e suporte técnico administrativo, que requerem formação técnica ou superior em área pedagógica, ou afim”, Marlei reforçou.

A dirigente destacou ainda fatores essenciais que precisam ser considerados para de fato garantir melhores condições para a carreira, como concurso público, piso, formação continuada, entre outros. 

Para a CNTE, um dos desafios centrais para o alcance da valorização é o cumprimento de metas do Plano Nacional de Educação 2014-2024, que se atualizam no novo texto construído na Conferência Nacional de Educação (Conae 2024). Em específico, as metas 15, 16 17 18 19 e 20, que falam sobre a valorização profissional e orçamento público.

“Temos muitos desafios pela frente e podemos sim chegar em um consenso progressivos para a melhoria da educação brasileira”, concluiu.

Orçamento público

Segundo Márcia Baldini, membro da Diretoria Executiva da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), para que se alcance a educação como direito garantido, é preciso primeiro que os servidores da educação se sintam valorizados.  Entretanto, é preciso que o orçamento destinado à educação dê conta da demanda. 

Foto: MARIO AGRA / CÂMARA DOS DEPUTADOS

“Não podemos esquecer que, para concretizar o direito à educação e a valorização dos profissionais da educação, é necessário ter orçamento público. Sem orçamento, nada adianta estarmos aqui discutindo. Precisamos dessa garantia e essa casa de lei é quem poderá nos dar a resposta e estar junto conosco nessa luta”, frisou. 


Fonte: CNTE

Mostrar mais

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo

Adblock detectado

Por favor, considere apoiar-nos, desativando o seu bloqueador de anúncios