O gabinete do deputado federal Filipe Barros (PL) utilizou dinheiro público para pagar uma corrida de Uber, durante visita de um assessor a uma famosa casa de striptease, em Londrina. As informações foram divulgadas pelo Portal Metrópoles, nesta quarta-feira (30). De acordo com a apuração do jornal, as corridas, realizadas durante a madrugada, foram reembolsadas pela Câmara dos Deputados com recursos da cota parlamentar.
Documentos obtidos pelo Metrópoles indicam que o gasto teria sido realizado por um funcionário do gabinete do deputado enquanto o parlamentar estava em missão oficial fora do país. No período, Filipe Barros estava em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, para participar de fórum relacionado ao bloco dos Brics.
Conforme os documentos revelados pelo jornal, a corrida partiu do mesmo hotel em que Bruno Cardoso Araújo, chefe de gabinete de Barros, estava hospedado na data. A viagem de ida à casa noturna ocorreu nos minutos iniciais da madrugada de 6 de março de 2024.
O destino foi a Rua Recife, onde funciona o Manhattan Bar, popularmente conhecido como ‘bar do pêra’, um clube de entretenimento adulto da cidade.
Já a corrida de volta durou nove minutos, percorreu 3,7 km e também ocorreu na madrugada de 6 de março, como mostra nota fiscal. A partida, às 4h46, se deu no nº 70 da Rua Recife, endereço que coincide exatamente com o da casa de striptease. O destino final foi o mesmo hotel em que o funcionário estava hospedado.
As viagens custaram cerca de R$ 30. Mesmo assim, o regimento interno da Câmara define que os gastos reembolsados devem ser exclusivamente vinculados ao exercício da atividade parlamentar, já que a cota consiste em uma verba indenizatória para os deputados custearem despesas típicas do mandato.
Dias antes, conforme divulgado pelo Metrópoles, em postagem nas redes sociais, o estabelecimento divulgou um banner que convidava os clientes para “shows inesquecíveis com lindas modelos” na virada entre 5 e 6 de março. A frase acompanhava a foto de uma mulher, em uma pose sensual, vestindo uma lingerie.
Ao Metrópoles, Bruno Cardoso Araújo informou ter se demitido e disse estar tomando providências para se desligar do gabinete “nas próximas horas”. “Assim que soube do fato — por meio da reportagem do jornal —, o deputado determinou de imediato que eu restitua o valor — o que já providenciei”, disse o assessor.
Em nota, a assessoria de Filipe Barros informou que “determinou, de imediato, a restituição dos valores e também a exoneração do servidor em questão”.
Leia a nota do deputado:
“O deputado Filipe Barros estava fora do Brasil, participando missão oficial, quando o episódio ocorreu. Por não compactuar de forma alguma com a situação, Filipe Barros determinou, de imediato, a restituição dos valores e também a exoneração do servidor em questão – que, pela gravidade dos fatos, de antemão já havia colocado seu cargo à disposição do parlamentar”.
Leia nota do chefe de gabinete:
“Comunico que, em decisão previamente informada por mim ao deputado, já estou tomando providências para me desligar de seu gabinete nas próximas horas. Na referida ocasião, estive em Londrina a trabalho. Porém, fora do horário de expediente, utilizei o aplicativo de transporte em questão e, por ato falho, acabei solicitando o reembolso — motivo pelo qual expresso minhas escusas. Saliento que o deputado não estava em Londrina naquela oportunidade — e sim cumprindo missão oficial no exterior. Assim que soube do fato, o deputado determinou de imediato que eu restitua o valor — o que já providenciei, como demonstra o comprovante anexo”.
Fonte: Portal Tem Londrina