Instituições ignoram reivindicação por reajuste salarial e categoria vai às ruas em todo o país
Bancárias e bancários de todo o país realizam protestos nesta quinta-feira (15) cobrando um posicionamento das instituições bancárias sobre a campanha salarial deste ano.
A categoria afirma que a Federação dos Bancos (Fenaban) não apresentou nenhuma proposta à mesa de negociações, mesmo dois meses depois da entrega das pautas de trabalhadoras e trabalhadores.
Entre as principais reivindicações está a reposição da inflação e aumento real de 5% nos salários e na Participação nos Lucros e Resultados (PLR), além de reajustes para vale-alimentação e vale-refeição.
A categoria argumenta que os bancos são um dos setores mais lucrativos da economia brasileira. No ano passado, os cinco maiores bancos do país registraram lucro conjunto de R$ 108,6 bilhões .
Na última década, o lucro do setor cresceu 169% acima da inflação, com uma rentabilidade média de 15%. O resultado é maior do que os registrados no sistema bancário dos Estados Unidos (6,5%) e da Inglaterra (9%), por exemplo.
“Nós fomos surpreendidos com uma choradeira geral dos bancos dizendo quanto eles gastavam com o nosso acordo coletivo em âmbito nacional. Falaram da concorrência do setor, fizeram uma choradeira lá e não apresentaram nem um índice. Os bancos lucraram muito nos últimos 10 anos e vêm lucrando cada vez mais. Só no último ano, tiveram uma rentabilidade média de 15% acima da inflação, que é três vezes a inflação. E eles acham que essa rentabilidade ainda é baixa”, declarou Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, em entrevista ao programa Central do Brasil.
Propostas sociais
A Fenaban apresentou algumas respostas para reivindicações de cláusulas sociais, incluindo propostas para combate ao assédio moral e sexual, políticas contra o preconceito, medidas de promoção da diversidade e da igualdade de gênero.
No entanto, demandas importantes não foram sequer citadas, como o fim da terceirização, defesa do emprego, ampliação do teletrabalho e da ajuda de custo, jornada de trabalho de quatro dias por semana e ações voltadas para neurodivergentes e pessoas com deficiência (PCDs).
Entre as propostas apresentadas, destaca-se a inclusão do termo “assédio moral” na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), tornando obrigatória para todos os 170 bancos do país a adesão ao mecanismo de combate a esse tipo de violência.
Além disso, a federação se comprometeu com medidas para inclusão e combate à discriminação de pessoas LGBTQIA+, com ênfase em pessoas trans. Também estabeleceu que vai trabalhar em um plano para garantir igualdade salarial entre homens e mulheres.
A federação também concordou em incluir uma cláusula sobre a instalação de um comitê de crise para atuar em emergências relacionadas a calamidades e mudanças climáticas.
O calendário de mobilizações do movimento sindical, prevê além dos protestos nesta quinta-feira (15), uma outra manifestação no dia 19 de agosto. As próximas mesas de negociação estão agendadas para os dias 20, 21 e 27 de agosto.
Fonte: Brasil de Fato