Desde o final do mês de abril, quem circula pelo Calçadão da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e pelos centros de Letras e Ciências Humanas (CLCH) e de Ciências Biológicas (CCB) vem percebendo uma movimentação atípica de máquinas, equipamentos e trabalhadores da construção civil.
As intervenções, segundo a reitora da UEL, Marta Favaro, visam melhorar as condições de acesso e passagem a cadeirantes e de pessoas com mobilidade reduzida, seguindo a continuidade das ações de inclusão efetivadas nos últimos anos.
Para ela, as obras de acessibilidade reforçam o compromisso da administração em tornar a UEL cada vez mais inclusiva e adequada do ponto de vista da sua infraestrutura. No caso de algumas edificações, destaca a reitora, o projeto e a construção foram realizados há cerca de 50 anos.
“A Universidade Estadual de Londrina já vem há algum tempo se firmando como uma referência no processo no inclusão”, avaliou Marta. “Aliás, nossos vestibulares já reservam vagas para Pessoas Com Deficiência (PCD). Isso já está regulamentado e indica que precisamos estar mais atentos e buscando alternativas”, concluiu.
Só para se ter uma ideia, o número de candidatos que se inscreveram pelo sistema de cotas para deficientes saltou de 86 no vestibular de 2022 para 146 no processo seletivo 2023, quando a Universidade ofereceu o sistema de reserva de vagas pela segunda vez.
Entretanto, para além da comunidade universitária, as melhorias também irão trazer mais conforto aos visitantes que vêm de todas as regiões. Levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que 8,4% da população brasileira têm algum tipo de deficiência, o que representa mais de 17 milhões de pessoas.
No caso da comunidade de alunos com deficiência, destaca a coordenadora do Núcleo de Acessibilidade (NAC), Ingrid Ausec, já é possível perceber um clima de satisfação com o início das obras, cuja previsão de entrega é para daqui três meses. Ela lembra que as melhorias vão beneficiar também gestantes e pessoas com a mobilidade reduzida temporariamente, seja por conta de cirurgias ou tratamentos de saúde.
“O Calçadão é um ponto muito importante da UEL, que conecta os centros, a Biblioteca Central (BC) e o Sebec (Serviço de Bem-Estar à Comunidade). Toda a comunidade acaba sendo beneficiada do ponto de vista de acessibilidade física, estudantes e idosos também”, citou. “Percebemos que a UEL, por meio da Proplan, está atenta às principais normas de acessibilidade e as obras eram bastante aguardadas”, disse.
Investimento e cronograma
A UEL está investindo ao todo R$ 1.269.613,64 por meio de três contratos firmados com a Marenda Engenharia LTDA. Os recursos foram obtidos na negociação da folha de pagamento dos servidores da UEL para o Banco do Brasil e a alocação do montante em obras de acessibilidade foi aprovada pelo Conselho de Administração (CA) de 2018-2022.
Ao longo desta semana, os trabalhadores estiveram concentrados no corte de uma faixa de 1,5 metro de largura no Calçadão, nas proximidades do Anfiteatro do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (Cesa) e de Tecnologia e Urbanismo (CTU). O projeto prevê a instalação do piso tátil transitável também por cadeirantes em mais de 2 mil m² de área total do Calçadão (sentido Reitoria/Cesa) e no trecho que faz a ligação entre os centros de Ciências Exatas (CCE) e Ciências Agrárias (CCA).
Responsável pela fiscalização da obra, a engenheira da Prefeitura do Campus Universitário (PCU) Silene Sayão explica que a expectativa é de que o piso seja cortado em sua totalidade até a próxima semana, quando uma máquina deverá fazer a retirada dos blocos de concreto.
“É uma obra relativamente simples, porém, podemos ter percalços no caminho. Como vamos trabalhar com o corte e a retirada de parte do piso e o Calçadão tem redes hidráulicas e rede lógica, algumas adequações podem ser necessárias. Mas, são imprevistos que podem ocorrer em qualquer obra. A não ser que chova demais, esperamos que os três meses sejam suficientes (para o término)”, avaliou a engenheira.
Somente no Calçadão da UEL, o investimento será de R$ 387.724,74. Sobre este importante local da UEL, a Prefeitura do Campus Universitário confirmou que a empresa irá garantir a conservação de um “detalhe” que já se tornou parte da memória afetiva de milhares de estudantes e servidores: a florzinha de pedras. Fotografada e exibida em perfis de estudantes nas redes sociais, a florzinha de pedras costuma não ter sua localização exata revelada, de modo que novos estudantes e visitantes precisam se esforçar para encontrá-la.
Rampa x Passarela
O CLCH ainda irá receber uma rampa de acesso para interligar o nível dos blocos onde estão localizados o anfiteatro, o Laboratório de Tecnologia Educacional (Labted) e as secretarias dos cursos de graduação e pós-graduação. Somente nesta obra estão sendo investidos R$ 180 mil.
De acordo com o assessor para projetos estratégicos da Pró-Reitoria de Planejamento (Proplan) e responsável pelo projeto da rampa, Gilson Bergoc, o equipamento irá eliminar uma barreira arquitetônica, reduzindo o percurso e o tempo de deslocamento. Desta forma, irá tornar o acesso ao centro mais confortável para todos. Os primeiros passos da obra, ainda de acordo com Bergoc, são a realização de acertos e ajustes ao gramado, seguido da concretagem da rampa. Este trabalho teve início ainda no final de abril.
As obras de acessibilidade incluem ainda a construção de uma passarela coberta que fará a ligação do bloco dos auditórios do CCB e a Central de Salas.
Bergoc afirmou que esta obra tem início pelo acerto do terreno, seguida da concretagem e instalação do piso tátil. Em seguida, a empresa realiza a montagem da cobertura e, ao final, a instalação da iluminação. Orçada em quase R$ 300 mil, a passarela terá 109 metros de extensão e dois de largura, contando com um prazo maior — 120 dias — para a entrega, por conta da sua complexidade.
Fonte: Redação Tem Londrina