O Censo de 2022 identificou favelas e comunidades urbanas em 656 municípios brasileiros, sendo a maior parte na faixa litorânea
O Brasil tem mais de 12,3 mil favelas e comunidades urbanas. Nesses locais, vivem mais de 16,3 milhões de pessoas, o que corresponde a 8,1% do total da população. A informação foi revelada pela nova etapa do Censo Demográfico de 2022, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na manhã desta sexta-feira (8/11).
O IBGE mapeou favelas e comunidades urbanas em 656 municípios brasileiros. Somente o estado de São Paulo apresentava mais de 3,1 mil favelas e comunidades urbanas, concentrando 25,3% do total. Já o Rio de Janeiro contabilizava mais de 1,7 mil locais do tipo.
O censo ainda identificou maior concentração de municípios com a presença de favelas e comunidades urbanas na faixa litorânea do país. Ainda assim, há presença expressiva desses territórios também nas áreas mais interioranas, como ao longo das margens dos principais rios da Amazônia.
Entre os territórios classificados pelo IBGE, a Rocinha, no Rio de Janeiro, tem a maior população residente, com 72 mil pessoas. Na sequência figura o Sol Nascente, no Distrito Federal (DF), com mais de 70 mil moradores. Em terceiro lugar está Paraisópolis, em São Paulo (SP), com 58 mil residentes.
Embora seja possível notar alta entre o censo de 2010 e o de 2022, o IBGE destaca que deve haver cautela na comparação. “O aumento observado não representa, necessariamente, crescimento apenas demográfico, uma vez que a identificação dessas áreas foi aperfeiçoada na última operação, assim como o mapeamento e a classificação desses territórios, o que explica, em parte, tal diferença”, observa a autarquia.
Perfil da população e aumento
O Censo Demográfico 2022 ainda revela que cerca de 48,3% da população residente em favelas e comunidades urbanas é formada por homens, e as mulheres correspondem a 51,7%. Em relação ao perfil etário, o recenseamento identificou que 23,3% possuíam de 0 a 14 anos, e 6,6% na faixa de 65 anos ou mais, o que indica uma população mais jovem que o restante do país.
Em relação à cor ou raça, 56,8% se declaram pardos, e 16,1%, pretos. Completam a lista 26,6% brancos, 0,1% amarelos e 0,8% indígenas.
Domicílios
O IBGE contabilizou 6,5 milhões de domicílios em favelas e comunidades urbanas, o que representa 7,2% das residências do país. Desse total, 84,8% (cerca de 5,6 milhões) eram unidades particulares permanentes ocupadas.
Entre os domicílios particulares permanentes ocupados nas favelas e comunidades, 93,3% são casas e apenas 2,8% das residências são apartamentos.
O levantamento ainda apresenta estatísticas relacionadas ao acesso a serviços públicos. Em 2022, 86,4% dos domicílios particulares permanentes ocupados possuíam ligação à rede geral e a utilizavam como forma principal de abastecimento de água. Além disso, o esgotamento sanitário de 74,6% dos municípios estava conectado à rede geral, rede pluvial, fossa séptica ou filtro.
O IBGE faz a ressalva de que o percentual médio do país de acesso a esses serviços é menor porque também inclui as áreas rurais, que podem dispor de formas próprias de abastecimento de água, esgotamento sanitário e coleta de lixo.
Fonte: Metrópoles