Viúva do petista assassinado promove ato por justiça; Defesa do réu alega que crime não teve motivação política
O júri popular que irá definir o futuro do bolsonarista Jorge Guaranho pelo assassinato do petista Marcelo Arruda começa nesta quinta-feira (4), com expectativa de se arrastar até sábado (06).
A avaliação é do escritório Godoy Advocacia, que atua como assistente de acusação do réu, denunciado à Justiça pelo Ministério Público do Paraná (MPPR) por homicídio doloso duplamente qualificado, por motivo fútil e perigo comum.
Na madrugada de 9 de julho de 2022, Jorge Guaranho invadiu uma festa particular em Foz do Iguaçu e assassinou a tiros o guarda municipal Marcelo Arruda, em meio à celebração de seu aniversário de 50 anos, feito com temática petista. Aos gritos de “aqui é Bolsolaro”, o agente de segurança penal realizou dez disparos, dos quais quatro acertaram a vítima. Guaranho está preso no Complexo Médico Penal de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.
De acordo com os advogados Daniel e Andreia Godoy, a simples leitura do conjunto probatório que compõe o processo deverá ocupar praticamente todo primeiro dia do julgamento.
“Este processo conta com mais de três mil laudas, divididas em seis volumes. Neste momento inicial do júri deverão ser lidos os relatórios e laudos produzidos pela Polícia Civil, bem como depoimentos dos envolvidos e a conclusão do inquérito”, avaliou Daniel. O advogado estima que peritos e testemunhas envolvidas no caso deverão ser ouvidas ao longo do segundo dia de julgamento.
Debates
Concluída estas etapas é que serão iniciados os debates entre defesa e acusação. O primeiro a se manifestar será o MP-PR, por 1h30. Em seguida, a assistência de acusação terá 30 minutos para reforçar ou trazer novos elementos condenatórios. Na sequência será a vez da defesa de Guaranho apresentar sua tese para o crime. A dinâmica contará ainda com possibilidade de réplica e tréplica entre as partes. Por fim, o conselho do júri se reunirá para definir a sentença.
Ato
Previsto para anteceder o início do júri nesta quinta-feira, familiares e amigos de Marcelo Arruda preparam novo ato por justiça em memória do petista. Ao todo, a viúva Pamela Arruda compartilha que já foram realizadas cinco homenagens. “Que também representam nosso clamor por justiça desde a morte absurda do Marcelo. Está tudo filmado. Não existe outra alternativa que não seja a condenação do assassino da forma devida”.
Sobre a alegação da defesa de Guaranho que afirma não ter havido motivação política para o crime, Pamela questiona: O que ele foi fazer lá armado? Dentro de um local fechado, gritando ‘aqui é Bolsonaro’ em uma festa com temática do PT. Existe toda a materialidade dos fatos. Chega a ser cômico, não fosse trágico”, desabafa
Fonte: Brasil de Fato