Projeto que prevê vigilância foi aprovado em regime de urgência pela Câmara e volta a ser discutido nesta quinta-feira. Preocupação com a segurança dos alunos reacendeu após atentado que terminou na morte de casal de adolescentes em colégio de Cambé
A Câmara Municipal de Londrina volta a discutir, durante a sessão desta quinta-feira (22), um projeto de lei que obriga o município a manter vigilantes armados em todas as 127 escolas e creches municipais da cidade. A proposta foi aprovada em primeiro turno, após entrar na pauta em regime de urgência, numa sessão que começou na tarde de terça (20) e só terminou na madrugada desta quarta-feira (21). O projeto, que tem como autora principal a vereadora Mara Boca Aberta (PROS), foi aprovado na forma de um substitutivo, de autoria do vereador Matheus Thum (PP), que faz parte da base do prefeito Marcelo Belinati no Legislativo.
O substitutivo tira do projeto a obrigação de o município manter a vigilância também nas creches filantrópicas. A alteração também retira do texto original da matéria a possibilidade de a prefeitura contratar vigilantes armados caso não consiga atender o que está sendo pedido com a Guarda Municipal. O substitutivo, assinado por outros onze vereadores, seria necessário para que a proposta tenha aplicabilidade.
Apesar disso, Mara Boca Aberta, que assina o projeto original, criticou as alterações, ainda mais se for levada em conta a limitação que a Secretaria de Defesa Social enfrenta com o baixo efetivo da Guarda, composto por cerca de 320 agentes. O próprio secretário de Defesa Social, Pedro Ramos, já adiantou que seria impossível manter um guarda em cada escola.
O projeto tinha sido apresentado na Câmara há cerca de 50 dias, depois do registro de ataques em unidades escolares de São Paulo e de Santa Catarina. Na época, apesar do apelo, a proposta foi retirada de pauta por Mara devido à pressão dos colegas e da própria prefeitura. A matéria, no entanto, voltou a ser lembrada no início desta semana, com o registro de mais um atentado, desta vez em um colégio estadual de Cambé. O ataque a tiros terminou na morte de um casal de adolescentes, Luan Augusto, de 16 anos, e Karoline Alves, de 17 anos de idade.
A vereadora autora criticou a mudança de comportamento dos colegas, que, pressionados pela tragédia, segundo ela, resolveram aprovar o projeto em regime de urgência, mesmo que de forma modificada.
Já Matheus Thum reiterou que as mudanças são necessárias, e disse que, após os ataques de março e abril, a prefeitura tomou uma série de providências para garantir a segurança de alunos e professores na cidade, com o reforço do patrulhamento da Guarda Municipal e a reforma de unidades, com a ampliação da altura dos muros e a colocação de grades.
O secretário de Defesa Social lembrou, também, da implantação do chamado botão do pânico nas escolas, aplicativo que facilita o envio de denúncias à Guarda Municipal pelos funcionários, e, sobre o ataque registrado em Cambé, disse que é um caso bastante específico, que, apesar de ser preocupante, conforme ele, não pode influenciar na tomada de decisões em todas as escolas.
Fonte: CBN Londrina