Conexões Londrina, coletivo que representa a CUFA (Central Única das Favelas) na região está em busca de doações para auxiliar duas famílias em situação de violência doméstica. A iniciativa visa proporcionar um recomeço digno e com melhor qualidade de vida para essas mulheres.
A lista de itens buscados são essenciais para a funcionalidade do lar, tais como geladeira, mobília para organização de cozinha, guarda-roupas, ventiladores, máquinas de lavar, varal, baldes, lâmpadas, mesas, cadeiras, estante ou móvel de sala, cabides, antenas de TV e utensílios de cozinha.
No entanto, desafios têm surgido ao longo desse processo de arrecadação, desde o transporte até a qualidade das doações recebidas.
Dificuldades para o transporte
Segundo Lua Gomes, fundadora do Conexões Londrina, o projeto enfrenta dificuldades logísticas devido à ausência de um meio de transporte próprio. Sem um veículo adequado, as doações ficam paralisadas, dependendo do fornecimento do frete pelo colaborador ou da disponibilidade de outros voluntários para buscar.
“A falta de um transporte próprio nos coloca em constante dependência, mesmo que tivéssemos um veículo, precisaríamos de voluntários para dirigir. As particularidades do projeto tornam a logística desafiadora, especialmente quando doações não contemplam o frete”, pontua.
Esta limitação impacta na capacidade do projeto em atender mais rapidamente as necessidades das famílias.
Importância da qualidade nas doações
Lua destaca a importância de as doações serem úteis para as famílias atendidas. A percepção equivocada de que qualquer doação é válida pode, na verdade, criar desafios adicionais. Muitas vezes, as pessoas doam itens quebrados, danificados ou em condições precárias, acreditando que, por não terem mais utilidade para elas, servirão para quem não tem nada, conforme pontua a liderança.
“Recebemos uma geladeira que não funciona, uma máquina de lavar que não funciona. A gente vai avaliar na questão de custo-benefício se vai entrar alguma doação em dinheiro para que a gente possa fazer o reparo daquele bem. Muitas vezes as pessoas também se propõem a fazer doações e, na realidade, elas são quase que descartes para quem doou. E a gente tenta sempre manter uma razoabilidade dentro desse processo”, diz.
O projeto precisa avaliar a viabilidade de investir recursos em reparos para doações danificadas, pois consertar um item pode ter um custo significativo. Para a representante, pedir fotos antes da doação é uma prática necessária para dimensionar o tamanho e as condições dos objetos, garantindo que o transporte seja eficiente e as doações atendam verdadeiramente às necessidades das famílias em situação de vulnerabilidade.
“Precisamos que as pessoas mandem fotos e às vezes as pessoas mandam a foto e a gente fala, olha, eu quero tal item, mas esse eu não vou querer, porque às vezes tem um reparo enorme. Algumas pessoas se sentem um tanto ofendidas quando a gente pede foto, mas é porque às vezes eu preciso marcar. Frete e eu preciso ver a proporção do móvel para poder repassar para a pessoa que vai fazer o frete”, explica Lua.
Como doar
Para proteger a integridade das mulheres beneficiadas, o Conexões Londrina opta por não expor suas identidades. A mobilização começou durante a campanha de Natal, quando as necessidades dessas duas famílias foram identificadas.
Pessoas dispostas a ajudar podem entrar em contato diretamente com o projeto através do número (43) 99115-3182, falar com Lua Gomes.
*Matéria da estagiária Joyce Keli dos Santos sob supervisão.