Mesmo com o fim dos decretos de obrigam o uso do item de proteção, muita gente ainda não tem coragem de ficar sem máscara
Com a melhora da situação da pandemia de Covid-19 diante da baixa histórica no número de novos casos e óbitos por conta da infecção, o governo federal e muitos governadores e prefeitos decidiram que as máscaras não são mais obrigatórias em território nacional.
Apesar de os especialistas ainda recomendarem cautela, depois de dois anos usando os itens, a maioria da população decidiu seguir a orientação do governo e largar de vez as máscaras. Ainda assim, muita gente não se sente segura e prefere continuar usando a proteção: mas será que faz diferença, em um cenário onde ninguém usa?
Segundo a coordenadora técnica da sala de situação de saúde da Universidade de Brasília (UnB), a epidemiologista Marcela Lopes Santos, vale a pena continuar apostando nas máscaras.
“Se você pensa na sua proteção individual e preza por isso, sim, é melhor continuar usando, principalmente se for a PFF2. Você vai ter uma segurança maior e, se tiver contato com uma pessoa contaminada, o risco será muito reduzido”, explica a professora.
Indivíduos dos grupos de risco e pessoas que têm contato próximo com pacientes vulneráveis, por exemplo, devem continuar se protegendo. Apesar de a vacina evitar que os imunizados sejam hospitalizados ou morram por causa da Covid-19, a transmissão ainda é possível e ajuda a proteger aqueles que podem ter casos graves da infecção.
Santos ensina ainda que, se for preciso priorizar o uso de máscaras para alguns ambientes, é melhor apostar no item de proteção em locais fechados, e nos quais se tem contato com muitas pessoas, além de lugares com aglomeração — o transporte público é um bom exemplo.
PFF2 ou cirúrgica?
A professora conta que, apesar de a situação estar melhor e a transmissão do coronavírus ter baixado, a máscara PFF2 ainda é a mais indicada para evitar a contaminação. Ela explica que a máscara cirúrgica é eficiente para evitar que pessoas contaminadas espalhem o vírus, mas o filtro não é pequeno o suficiente para evitar que o coronavírus entre.
A recomendação é que, além de prezar pela qualidade da máscara, se faça o uso adequado, com cuidado ao colocar e tirar, trocando no tempo oportuno e avaliando o local onde se está.
“Hoje, a máscara é uma proteção individual. Uma maior quantidade de pessoas usando o item facilita a proteção de forma coletiva, o vírus bate na máscara e não consegue entrar nem sair”, diz.
É seguro ficar sem?
A professora da UnB explica que, apesar do momento de calmaria e otimismo em relação à pandemia ainda não é totalmente seguro ficar sem máscara.
“Temos visto alguns picos de ocorrência fora do Brasil, e aqui ainda mantemos uma transmissão pontual, apesar de ter diminuído muito e a gravidade ter caído. É provável que a Covid-19 vire uma doença corriqueira, onde as pessoas acabam se infectando, tendo sintomas leves e se curando. Mas, nesse momento da pandemia que estamos, não me sinto segura de andar sem máscara e essa é a minha recomendação”, afirma Santos.
Fonte: Juliana Contaifer | Metrópoles