Homem, branco, heterossexual, casado e com ensino médio completo, o candidato paranaense não surpreende
Por Mayala Fernandes – Brasil de Fato – Paraná
Homem (66%), branco (69%), heterossexual (99%), casado (57%), com idade entre 45 e 54 anos e ensino médio completo (37%). Este é o perfil dos candidatos às eleições municipais de 2024 segundo informações divulgadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Até o momento, foram apurados 33.737 pedidos de registros de candidaturas, dos quais apenas 2.215 foram deferidos. O perfil dominante é semelhante aos anos anteriores.
No quesito cor/raça, os candidatos que se declararam pardos (23%) ou pretos (6%) somam ao todo 29% das candidaturas, porcentagem 4% maior do que a registrada nas eleições municipais de 2020.
Além disso, 0,18% dos candidatos se declararam indígenas e 0,4% se identificaram como amarelos. Não há registros de candidaturas quilombolas e cerca de 330 candidatos não informaram a cor/raça.
Os partidos têm até o dia 16 de setembro para solicitar a substituição de candidatos, com possibilidade de alterações nos números e porcentagem apresentados.
Mulheres seguem sub representadas
Assim como em 2020, as eleições deste ano permanecem com um número baixo de representação feminina. Apenas 34% dos 33.737 registros feitos até o momento são de mulheres.
Dentre elas, a maioria é branca (70%) e 29% se autodeclaram pardas ou pretas, 0,39% amarelas e 0,23% indígenas.
“Abrir espaço dominado na sua maioria por homens brancos é o grande desafio. A luta das mulheres por representatividade e identidade é, inclusive, diferente das mulheres brancas, pois a voz delas chega primeiro”, diz Márcia Reis, pré-candidata a vereadora de Curitiba pelo PDT, em entrevista ao Brasil de Fato Paraná.
Candidaturas LGBTQIAPN+ representam apenas 1%
No Paraná, a maioria dos candidatos se declara heterossexual (98,75%) e cisgênero (79%). Pessoas gays (0,56%), lésbicas (0,35%), bissexuais (0,23%), assexuais (0,1%) e pansexuais (0,01%) não chegam a 2% do total.
Foram registradas 66 candidaturas de pessoas transgênero (0,20%) e 20% optaram por não divulgar sua identidade de gênero.
“Ao me descobrir gay, vi a necessidade de usar a política para defender os meus direitos e das pessoas como eu”, diz Matheus Basso, candidato a vereador em Cascavel pelo PT. “Decidi me candidatar a vereador por ver uma casa de leis tão homogênea que não representa os anseios da juventude ou das pessoas LGBTQIAPN+”, fala em entrevista do Brasil de Fato Paraná.