Na Turquia, até manhã desta quinta-feira (9) eram de 16.546 mortos. Na Síria, mais de 3.200
Em apenas quatro dias, mais de 19 mil pessoas já morreram no terremoto que atingiu a Turquia e a Síria na madrugada de segunda-feira (6). O maior terremoto em 80 anos deixou várias cidades destruídas, centenas de pessoas desaparecidas e 50 mil feridas.
Segundo as autoridades locais, a Turquia registrou nesta quinta-feira (9) um total de 16.545 pessoas mortas e a Síria, 3.200.
O dado já alarmante de vítimas deve ainda aumentar, segundo a Organização MJundial da Saúde (OMS), que estima em 23 mil o total de vítimas fatais. E quanto mais o tempo passa, mas difícil é enconrar pessoas vivas. Especialmente porque já se passaram mais de 72 horas do abalo. Este período é o de maior possibilidade das equipes de buscas encontrarem sobreviventes. E milhares de pessoas continuam presas nos escombros.
O trabalho das equipes de resgate e emergência também sofre dificuldades por conta das temperaturas abaixo de zero, que também agravam a situação dos sobreviventes nos dois países.
O terremoto de magnitude 7,8 na escala Richter atingiu o sudeste da Turquia e o norte da vizinha Síria na madrugada de segunda. Ele foi seguido de várias réplicas, uma delas de magnitude 7,5.
Entre a população turca, passado o choque inicial, o descontentamento é cada vez maior com a resposta das autoridades. O próprio presidente, Recep Tayyip Erdoğan, líder da extrema direita no país, chegou a admitir que o trabalho de emergência teve “deficiências”. E, de acordo com informações da agência de notícias internacionais AFP, vários sobreviventes estão sendo obrigados a procurar alimentos e refúgio por conta própria. Além disso, não há equipes de resgate em vários pontos.
Censura na Turquia
As temperaturas chegam a marcar -5ºC. Mas, mesmo assim, famílias dormem em carros ou barracas por não terem mais casa ou com medo de voltar para seus imóveis. Pais também são vistos caminhando com filhos no colo, para tentar reduzir os efeitos do frio. Em paralelo, há denúncias de que o governo vem censurando as críticas à administração da crise. A polícia da Turquia confirmou a detenção de ao menos 18 pessoas por publicações consideradas “provocações” nas redes sociais. Quase todas contestando a resposta da gestão Erdogan.
Diante da tragédia na Turquia e na Síria, entidades como a OMS e a Organização das Nações Unidas (ONU) vêm ressaltando a necessidade de esforços de outros países. A ajuda internacional começou a chegar na terça (7), com dezenas de nações oferecendo apoio. Ainda ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) autorizou um aporte, que pode chegar a R$ 10 milhões e envio de uma equipe de busca e resgate urbano.
A questão Síria
A questão da ajuda, no entanto, ainda é delicada na Síria, assolada por mais de uma década de guerra civil. O país tem regiões sob o controle de rebeldes e seu governo sofre com sanções do Ocidente. Na zona rebelde, por exemplo, a única pela maneira pela qual a ONU pode ajudar os civis, sem cruzar as áreas controladas por Damasco, é por meio de uma passagem na fronteira com a Turquia.
Os Capacetes Brancos, coletivo de socorristas voluntários que lideram os esforços de resgate nas zonas rebeldes, também imploram por ajuda. “Pedimos à comunidade internacional que assuma sua responsabilidade com as vítimas civis. É uma verdadeira corrida contra o tempo, as pessoas morrem a cada segundo nos encontros”, declarou à AFP o porta-voz do grupo de voluntários, Mohammad al-Chebli.
O governo de Bashar al-Assad pediu formalmente ajuda à União Europeia. A comissão do bloco pediu então que os países membros respondam de maneira favorável à Síria para o envio de alimentos e remédios, mas com vigilância para impedir o desvio de material.
Fonte: Redação CUT