Além da moção de apoio, a categoria deliberou por paralisação estadual no dia 30 de Agosto e um calendário de mobilizações até outubro
Diante de uma conjuntura de perdas e retrocessos, a categoria dos(as) educadores(as) do estado e das redes municipais do Paraná decidiu que não se furtará da luta no período eleitoral. Com os votos de 97% dos(as) trabalhadores(as) presentes, a Assembleia deste sábado (20) aprovou uma Moção de Apoio às candidaturas de Requião e Lula no pleito de 2022.
A Moção foi apresenta durante a 8ª Conferência Estadual da Educação e chancelada pelos(as) delegados(as). O texto analisa o cenário dos últimos quatro anos e responsabiliza os governos de Bolsonaro e Ratinho Jr por uma política sistemática de perdas de direitos, o desastre sanitário no combate à Covid-19, o desmonte de políticas públicas e ataques à ciência e à educação.
Esta é uma definição dos(as) trabalhadores(as). Institucionalmente, a APP-Sindicato não pode tomar posição no processo eleitoral.
“Nos últimos oito anos, todas as vezes que a APP convocou a categoria para a luta, foi para resistir. Foi para não perder direitos. Essa não é a vida que nós queremos. Nós queremos avançar em direitos, ter uma carreira digna e tranquilidade para trabalhar e educar”, disse a presidenta da APP, Walkiria Mazeto, ao comentar o posicionamento da categoria.
“Brigar nós vamos brigar com qualquer governo, porque o orçamento público está sempre em disputa. Mas há governos e governos. E o atual, de Ratinho Jr., destruiu a nossa carreira”, complementa a presidenta.
No plano educacional, a moção destaca o alinhamento dos ideais liberais e conservadores, representado por “um projeto sofisticado e autoritário de escola-empresa (…), entricheirando as escolas e atacando a autonomia e a gestão democrática”. O cenário, detalha o texto, resulta na desvalorização e em um quadro de permanente mal-estar e adoecimento generalizado dos(as) educadores(as).
“Nesse sentido, dois candidatos, Lula e Requião, reúnem as condições de romper com a lógica imposta por estes governos e com possibilidades eleitorais factíveis de serem eleitos. Os governos de ambos, em tempos anteriores, ainda com todas as críticas e resistências feitas à época, são demonstrativos inequívocos de políticas educacionais dialógicas e progressistas. É preciso elegê-los, bem como, eleger deputados(as) e senadoras comprometidos(as) com a democracia e a Educação Pública”, afirma o texto aprovado.
Além da moção, a categoria deliberou por um calendário de mobilizações até outubro, incluindo paralisação e ato estadual no dia 30 de Agosto, data que marca 34 anos do massacre protagonizado por Álvaro Dias em 1988.
À memória, marcada anualmente por greves da categoria, somam-se as pautas do presente, como o pagamento da Data-Base; dívida equivalente a quase 40% de recomposição salarial devido às perdas inflacionárias. A greve também ergue as bandeiras do fim do confisco previdenciário dos(as) aposentados(as), a implementação das promoções e progressões e a revogação da falta do dia 21 de junho.
Ainda no tema do período eleitoral, a categoria aprovou a entrega de uma carta-compromisso aos(as) candidatos(as) deste ano, reunindo propostas dos(as) trabalhadores(as) para a educação pública.
Fonte: Site APP