Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua disponibilizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na última sexta-feira (28), demonstra que a taxa de desemprego no país chegou a 8% em junho. Isto significa que 8,6 milhões de pessoas em idade economicamente ativa estão fora do mercado de trabalho no país. O índice é o menor registrado no período desde 2014.
Em comparação ao mesmo trimestre (abril a junho) de 2022, o contingente de pessoas desocupadas recuou 1,3%. São 1,4 milhão de desempregados a menos. No total, a população ocupada atingiu 98,9 milhões. O número representa 56% das pessoas em idade de trabalhar.
O contingente de pessoas subutilizadas chegou a 20,4 milhões, uma queda de 5,7% em relação ao trimestre anterior, ou seja, menos 1.224 pessoas. Já a quantidade de trabalhadores desalentados, que desistirem de procurar uma vaga por acreditar que não vão encontrar chegou a 3,7 milhões. Redução de 13,9% face a junho do ano passado, ou seja, 593 mil pessoas deixaram esta situação.
Contratações crescem no setor privado
Ainda, de acordo com a pesquisa, o volume de empregados sem carteira assinada na esfera privada subiu 2,4% ante ao trimestre anterior (+303 mil pessoas). Ao todo, são 13,1 milhões de trabalhadores sem vínculo formal atuando no setor.
Já as contratações com carteira assinada ficaram estáveis, contabilizando 36,8 milhões de pessoas no segmento. Mediante a junho de 2022, são mais 991 mil trabalhadores regulamentados na iniciativa privada (2,8%).
Informalidade fica estável
No segundo trimestre de 2023, a taxa de trabalhadores sobrevivendo na informalidade foi de 39,2% ante a 39% em março. No mesmo período do ano passado o índice chegou a 40%.
Setor público aumenta vagas
O número de trabalhadores no setor público aumentou 3,8% frente ao trimestre anterior, contabilizando 12,2 milhões de empregados. Em comparação a junho de 2022, houve um acréscimo de 365 mil admissões (3,1%).
“Pelo lado da ocupação, destaca-se a expansão de trabalhadores na administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, no trimestre e no ano”, destaca o Instituto.
Trabalhadores por conta própria
A categoria de trabalhadores por conta própria chegou a 25,2 milhões de pessoas, registrando estabilidade na comparação com o trimestre anterior. Em relação ao mesmo período do ano passado, o indicador apresentou uma redução de 491 mil pessoas neste trimestre.
Rendimentos
O salário médio ficou em R$ 2.921. A quantia é 6,2% superior ao valor recebido pelos trabalhadores no mesmo período de 2022.
“Na comparação trimestral, o crescimento da população ocupada não foi suficiente para, diante da estabilidade do rendimento, provocar aumento da massa. Já no ano, temos um panorama em que tanto a população ocupada como o rendimento sobem, ou seja, mais pessoas trabalhando e com maiores remunerações”, avalia Adriana Beringuy, coordenadora da PNAD.
Franciele Rodrigues
Jornalista e cientista social. Atualmente, é doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Tem desenvolvido pesquisas sobre gênero, religião e pensamento decolonial. É uma das criadoras do "O que elas pensam?", um podcast sobre política na perspectiva de mulheres.