Diversos atos ocorrem ao longo desta semana
Somando à paralisação dos professores e funcionários de escola do Paraná, estudantes também estão se mobilizando para tentar barrar a privatização das escolas estaduais (veja aqui).
Nesta segunda-feira (3), alunos realizam ato em frente ao Cine Teatro Ouro Verde, no calçadão de Londrina. O protesto é organizado pelo Comitê Contra a Privatização das Escolas, que conta com a participação da União da Juventude Comunista, Diretório Central dos Estudantes da UEL, Grêmio Renascer da Luta, Movimento por uma Escola Popular, Centro Acadêmico de História, Centro Acadêmico de Ciências Sociais e Reconstrução Revolucionária.
A concentração ocorre a partir das 17h30, com a produção de cartazes e faixas, e o ato tem início às 18h10. “Pretendemos sair em cortejo, mas será decidido mediante as condições da mobilização por uma comissão de segurança tirada na organização do comitê”, explica Gabriela Longhi, estudante da UEL, integrante da União da Juventude Comunista, Diretório Central dos Estudantes e do Centro Acadêmico de Ciências Sociais.
Ainda, segundo Gabriela, a motivação para sair às ruas é manifestar a vontade popular de investimento nos serviços públicos em detrimento aos interesses da iniciativa privada, denunciar as políticas liberais de redução de custos, precarização e privatização que são tocadas pelo governo do Ratinho Júnior (PSD).
“Roubam nossos serviços e os entregam aos interesses e controle das entidades privadas em nome do lucro, intensificando a exploração, e que tem tido a educação como alvo recorrente”, avalia.
Ela também pontua a necessidade de dialogar com a população sobre os impactos do projeto que prevê a terceirização de pelo menos 200 escolas públicas.
Se aprovado, o programa Parceiro da Escola (projeto de lei nº 345/2024), permitirá que a gestão de serviços como merenda, segurança, limpeza sejam terceirizados para empresas particulares.
A contratação de professores e funcionários também será realizada pelas organizações privadas, via CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), dispensando a realização de concursos públicos para a renovação dos quadros.
“Esperamos dar o pontapé inicial para um calendário de lutas que aglomere unidade e firmeza de estudantes secundaristas, universitários, servidores, trabalhadores de todas as áreas e a população paranaense no geral, expandindo as mobilizações e avançando na luta coletivamente, levando cada vez mais pessoas às ruas”, assinala.
Na quarta-feira (5), a partir das 10h, ocorre ato em frente ao IEEL (Instituto de Educação de Londrina).
Já na sexta-feira (7), às 18h, a ULES (União Londrinense dos Estudantes Secundaristas) convoca protesto no NRE (Núcleo Regional de Educação) de Londrina.
Nesta segunda-feira (3), o projeto deve voltar a ser discutido na Comissão de Educação da ALEP (Assembleia Legislativa do Paraná) e, posteriormente, encaminhado para votação em plenário (saiba mais aqui).
Franciele Rodrigues
Jornalista e cientista social. Atualmente, é doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Tem desenvolvido pesquisas sobre gênero, religião e pensamento decolonial. É uma das criadoras do "O que elas pensam?", um podcast sobre política na perspectiva de mulheres.