Ação busca sensibilizar e orientar bancários sobre a identificação e denúncia de assédio moral no ambiente de trabalho, visando melhorar a saúde mental e as condições de trabalho da categoria
O Sindicato dos Bancários de Londrina lançou uma nova campanha para combater o assédio moral no ambiente de trabalho. A iniciativa envolve a distribuição de folders informativos, que têm como objetivo educar e orientar os trabalhadores sobre como identificar e reagir a situações de assédio moral. Esta ação faz parte da campanha nacional dos bancários, atualmente em negociação com os bancos, e foca na saúde e nas condições de trabalho.
Importância da campanha
De acordo com Laurito Porto Lira Filho, diretor de formação do Sindicato dos Bancários de Londrina, a principal motivação para a campanha é a crescente preocupação com a saúde mental e o bem-estar dos bancários.
“Foram 47 mil bancários que responderam a uma pesquisa realizada em parceria com o Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília, e encontramos dados alarmantes sobre o adoecimento mental provocado pelas metas e condições de trabalho”, explica Laurito.
Entre 2015 e 2020, houve um aumento de 26,2% nos afastamentos de bancários junto ao INSS (Instituto Nacional de Seguro Social), totalizando 20.192 casos, número que está 1,7% acima do geral de afastamentos no país.
Antes de 2013, as principais queixas estavam relacionadas a doenças do sistema osteomuscular, mas a sobrecarga de trabalho e a pressão por resultados têm aumentado os casos de adoecimento mental.
Incidência de assédio moral
A pesquisa também revelou que a pressão para o cumprimento de metas e a redução do número de funcionários nas agências têm contribuído para o aumento do número de casos relacionados ao assédio moral (saiba mais aqui).
“Com esse processo de redução do número de pessoas dentro da categoria bancária, isso tem provocado uma sobrecarga de trabalho, para manter essas pessoas trabalhando e produzindo cada vez mais, apesar da sobrecarga, normalmente vem a questão da pressão para o cumprimento de resultados que o banco coloca, ou seja, uma pressão enorme para cumprimento de metas e resultados”, destaca Laurito.
“Então a gente pode falar que existe um assédio estrutural dentro do setor bancário, para poder fazer com que os trabalhadores continuem produzindo”, ele acrescenta.
Expectativas com a ação
O Sindicato espera que, com a ação, os profissionais tenham mais informações sobre o que constitui assédio moral e se sintam encorajados a denunciar com mais frequência.
“Queremos localizar pontos onde o assédio é individual, vindo de gestores específicos, e também combater a cultura institucional, fazer o combate a essa cultura perversa”, afirma a liderança.
Caminho para denúncia
Os folders distribuídos pelo Sindicato explicam os diferentes tipos de assédio moral além de incluírem um questionário para que os trabalhadores possam identificar se foram vítimas de tais situações.
Ainda, o material fornece informações sobre os canais de denúncia disponíveis (veja abaixo). Os trabalhadores podem entrar em contato com o sindicato via telefone, WhatsApp ou e-mail para relatar casos de assédio.
Laurito Porto Lira enfatiza a importância de utilizar também os canais de denúncia internos das instituições bancárias.
“Embora, muitas vezes os trabalhadores achem que esses canais não são eficazes, é importante fazer a denúncia também internamente. Isso reforça nossa posição nas mesas de negociação ou quando vamos tratar desse tipo de problema, mostrar que está ocorrendo o assédio e que não está sendo mascarado e assim podemos pressionar na mesa, que seja feita alguma ação ou até mesmo levar essas denúncias junto ao Ministério Público”, conclui.
Canais para Denúncia
Telefone: (43) 3372-8687
Celular/WhatsApp: (43) 9 9604-0139
E-mail: seebld@sercomtel.com.br
Matéria do estagiário Jader Vinicius Cruz sob supervisão.