Duas mortes ocorreram em Monte Castelo, no Norte de Santa Catarina, no dia 08/04 e duas em Mato Queimado, no Noroeste do Rio Grande do Sul, no dia 15/04
Quatro trabalhadores morreram soterrados por grãos de soja em silos de armazenamento no Sul do País. Duas mortes ocorreram em Monte Castelo, no Norte de Santa Catarina, no dia 08/04 e duas em Mato Queimado, no Noroeste do Rio Grande do Sul, no dia 15/04. Silos são grandes estruturas metálicas usadas para armazenar grãos, evitando que estraguem e permitindo que as empresas latifundiárias ganhem tempo para negociá-los.
Em Monte Castelo as vítimas foram identificadas como Lucas Antônio Djubanski e Gabriel Pereira dos Santos, de 21 e 23 anos, que teriam caído na estrutura enquanto trabalhavam, de acordo com o Corpo de Bombeiros Militar. Testemunhas que estavam no local disseram aos bombeiros que um dos jovens subiu até o topo do silo para tentar desobstruir os grãos e acabou caindo no interior. Em seguida, o outro homem entrou para socorrer o primeiro, mas também foi soterrado.
Já em Mato Queimado, Fabiano Lopes Leal e Marco Andrei Schneiders Lopes, de 33 e 19 anos, caíram e morreram soterrados no silo de grãos da empresa Uggeri/SA enquanto faziam o esvaziamento da estrutura. Pela dificuldade de resgate, os corpos só foram retirados na madrugada do dia seguinte às mortes e então encaminhados à perícia. As vítimas eram padrasto e enteado.
Mortes em silos de soja são comuns e têm se tornado mais frequentes conforme o latifúndio brasileiro bate recordes de produção através de financiamento dos sucessivos governos estaduais e federais. Um levantamento feito pelo monopólio de imprensa BBC News Brasil revela que, desde 2009, ao menos 106 pessoas morreram em silos de grãos no país, a grande maioria por soterramento.
O aumento dessas mortes acompanha o próprio aumento dos lucros atingidos pelos latifundiários com a exploração máxima dos camponeses. Em 2017, o município de Sorriso, no Mato Grosso, concentrou simultaneamente o maior valor de produção agrícola (R$ 3,2 bilhões) e o maior número de mortes em silos.
Fonte: A Nova Democracia